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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

RECHAÇO À CORRUPÇÃO - Sensacional a mobilização das pessoas contra a corrupção. Sigamos em frente e pressionemos para acabar com esta prática de voto secreto pelos parlamentares e por uma punição exemplar aos corruptos

Editorial de Zero Hora - 07 de setembro de 2011

Inicialmente restrita a uma convocação informal pelas redes sociais, a mobilização com o objetivo de aproveitar a data da comemoração da Independência para uma marcha contra a corrupção em diferentes cidades do país – incluindo Brasília e Porto Alegre – ganhou o reforço de algumas das instituições mais relevantes da sociedade civil. No Brasil, esse tipo de ação ainda é incipiente e tem sido pouco usado, mesmo quando o tema envolvido provoca rechaço generalizado, como é o caso da falta de ética na política e na gestão pública. Ainda que nem sempre quem se manifesta pela internet costume partir para ações concretas na prática, a iniciativa é importante, principalmente pelo fato de aliar civismo com a luta pela moralização. É óbvio que os atos não podem querer se sobrepor aos relativos à data máxima dos brasileiros, muito menos tentar burlar a ordem ou a lei.

Em situações anteriores, bem distintas da atual, a sociedade já conseguiu demonstrar que a pressão das ruas pode ser decisiva para uma mudança de rumos do país. O episódio mais marcante foi o dos caras-pintadas, no início dos anos 90, quando a indignação dos brasileiros contra o descalabro na gestão pública acabou contribuindo até mesmo para levar um presidente da República a se afastar do cargo. O atual inspirou-se na “faxina” ética promovida pela presidente Dilma Rousseff, com o apoio incondicional da população, que agora gostaria de ver o trabalho ser levado até o fim. Mas o que reforçou o movimento foi a decisão da Câmara de livrar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filmada ao embolsar dinheiro suspeito, de processo de cassação. O episódio deixou evidente que, sem pressão popular, quem ganha são os malfeitores do Estado.

A sociedade age com civismo ao cobrar mais rigor do Executivo no caso dos corruptos, maior disposição do Congresso em punir políticos denunciados por excessos e menos lentidão do Judiciário no exame de denúncias. Mas é importante que, diante das limitações dos órgãos de fiscalização, apesar dos avanços registrados nos últimos anos, possa contar com o respaldo de entidades com tradição na luta pelas liberdades e pela ética. É o caso das que manifestaram apoio aos atos previstos para hoje, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), além de integrantes da Frente Parlamentar Anticorrupção. Entre os objetivos, estão justamente alguns mais defendidos pelo conjunto dos brasileiros, como mais pressa no julgamento de processos envolvendo casos de desvios, mais transparência nos gastos públicos e corte no número de cargos comissionados.

Estimativa recente demonstrou que, no mínimo, R$ 50,8 bilhões são desviados a cada ano no país, o equivalente às ações concluídas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) num prazo de três anos. Os brasileiros precisam fazer sua parte para que esse montante possa retornar de fato a áreas mais carentes atendidas pelo setor público.

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