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terça-feira, 26 de agosto de 2014

QUEM É O "INIMIGO" ENTÃO?? - Opinião, por Ronie de Oliveira Coimbra


Leio, e ouço, reiteradamente, como um dos argumentos para a desmilitarização das policias militares, de que os profissionais destas Corporações são preparados militarmente, como se fossem se deparar com o inimigo ali adiante.

Primeiro que estes eruditos de gabinetes, tal qual a sereia a encantar os pescadores desavisados, usam argumentos falaciosos para manipular a opinião pública, pois o diferencial para que um policial seja eficiente em seu mister não se fará por deixar de trajar uma farda, ou por deixar de estar sob o regime burocrático da administração militar, mas sim pela qualificação de seus profissionais com ensino e treinamento modernos, focados na prestação de serviços qualificados para o cidadão de bem; valorização destes homens e mulheres que exercem a atividade de polícia, com legislações que os protejam da criminalidade e qualifiquem os crimes contra eles perpetrados, bem como os amparem, e a seus familiares, quando vitimados pelas vicissitudes de sua profissão; investimentos em recursos materiais e em tecnologias que os tornem mais produtivos e eficientes para a sociedade; de autoridades e políticos que defendam o policial e presumam ser ele inocente, e não o contrário, defendendo o bandido e desmoralizando e desqualificando o profissional de polícia em seus discursos, atos e propostas legislativas; Legislações mais adequadas para o enfrentamento da criminalidade em nosso atual momento histórico, dentre outras tantas medidas relevantes para que efetivamente tenhamos uma polícia melhor, cidadã, eficiente e eficaz, e que atenda as demandas de segurança pública da sociedade.

Há muito anos, décadas até, que os currículos de formação dos profissionais das polícias militares de todo o Brasil deixaram de privilegiar o perfil militar para privilegiar o perfil policial, eis que disciplinas como "direitos humanos" e "sociologia da violência", dentre tantas outras, foram introduzidas na base de formação, tanto de praças quanto dos Oficiais destas Corporações, portanto quem fala que ainda estamos com formação para a guerra, ou parou no tempo, precisamente no século passado, ou propositalmente omite a verdade na busca de seus interesses.

Não obstante tudo isto para perguntar, se o delinquente que matou um motociclista, na manhã de hoje (dia 25 de agosto de 2014), em Sapucaia do Sul, para roubar a motocicleta deste quando ele saia para o trabalho deve ser considerado o quê? 

Amigo com certeza que não é...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Nova Reforma Orgográfica - Opinião, por Elvio Alberto Walter*



Educação em Foco

Nova Reforma Ortogràfica

Dia 19, terça-feira,fui surpreendido por uma notícia publicada na Zero Hora: “Senado estuda modificar mais uma vez as regras ortográficas”. Pode desaparecero h no início de palavras (hoje = oje, higiene = igiene), o g fica com som de gue (Guerra = gerra, Guindaste = Gindaste), ch substituído por x (cochichar = coxixar), s com som de z vira z (casa = caza), ss vira s (assar = asar) e outros absurdos. Veja um exemplo de frase: “Vou asar um xurrascono domingo, ezatamenteasim. Com bom umor”. Isso é só uma parte das mudanças. 

Segundo a matéria, o Presidente da Comissão que estuda as reformas chamou dois especialistas. Ambos especializados emcomentários em sites e televisão. Ainda bem que já se foram um Carlos Drumond de Andrade, um Érico Veríssimo e um Vinícius de Morais, só para ficar nesses três grandes nomes da tradicional e linda língua portuguesa.

Esses homens que nós elegemos deveriam estar era discutindo coisas mais importantes tais como redução da maioridade penal, pena de morte, prisão perpétua, fim do voto obrigatório e tantas outras coisas que merecem atenção imediata no país. 

Comecei minha vida escolar em 1969 e todas as reformas que acompanhei desde lá, sejam de ortografia ou de ensino, só fizeram o ensino piorar. O ensino mudou com o Decreto-Lei de 11 de fevereiro de 1969, a Lei 5692 de 11 de agosto de 1971, a Lei 7044 de 18 de outubro de 1982, a Lei 9131 de 24 de novembro de 1995. E a Lei 99394 de 20 de dezembro de 1996 (a LDB). As mais importantes em negrito. 

As Reformas Ortográficas mais importantes foram as de 1943 (onde, por exemplo, o ph foi substituído pelo f), de 1973 (foram abolidos alguns acentos de algumas palavras). A última, de 2009, incluiu o k, o w, e o y, eliminou o hífen e alguns acentos.

Acabei me tornando professor e tendo que lutar como um D. Quixote, para me adaptar comas regras, exigências e mudanças de ortografia e ensino que só fizeram a educação piorar. Segundo grau virou, ensino médio. Primário virou primeiro grau. Depois ensino fundamental. Mas que cada vez fundamenta menos. Hoje temos um tipode ensino médio politécnico, que de técnico não tem nada. Dizem que ele foi criado para preparar para a prova do ENEM. A avaliação por matéria ou disciplina termina. A avaliação é feita por área de conhecimento. A avaliação por nota, de zero a dez, por exemplo, é substituída por apenas três (!) conceitos.

Tem um outro tipo de ensino politécnico, tradicional, o que existe no Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria com oito cursos técnicos de verdade (Administração, Agroindústria, Agropecuária, Contabilidade, Geoprocessamento, Informática, Meio Ambiente e Paisagismo) que chega em primeiro lugar no ENEM no RS e 23°. no Brasil. Quando é o outro, genérico, que deveria preparar para o exame nacional do ensino médio.

Mas eu vou mudar. Vou aceitar essa nova proposta de reforma ortográfica. Mas eu quero mais ampla. Assim como se criou o salário mínimo regional, proponho uma reforma ortográfica regional. E mais. Que se acabe com a escrita manual, que vai de mal a pior. Que seja obrigatório desde a educação infantil a escrita “teclal”. Já não suporto mais ver esses adolescentes com um celular na mão o tempo todo. Ou desfilando para lá e para cá com um skate embaixo do braço. Que saudades do tempo em que se carregava livros e cadernos.

Voltando a reforma ortográfica. Só para exemplificar. O G passa a ter som de GUE. Então, Gente passa a ser escrito com j. Jente. Quero que no nordeste seja com X. Xente. Não é assim que se fala lá?. Na televisão, vejo artistas e jornalistas falando fugão, mustarda, tiatro, tambeim. Assim, nos lugares que se fala desse jeito, seja adotada essa ortografia. Porque daqui a pouco vão estar querendo uma reforma fonética. Para que todo mundo fale igual o que as redes nacionais de televisão nos enfiam ouvido a dentro.

Para terminar. Inventaram o vocábulo Presidenta. Dependendo do lugar de onde surgir um Presidente, no futuro, vou sugerir que seja Prezidentche ou Prézidenti!


* Professor no Estado do Rio Grande do Sul

terça-feira, 19 de agosto de 2014

TUDO SE RESOLVERÁ DEPOIS DAS ELEIÇÕES - Opinião por Ronie de Oliveira Coimbra


 
Por uma necessidade cidadã comecei a acompanhar a propaganda política no rádio e na televisão, iniciada no dia de hoje (19 de agosto de 2014), dos candidatos para as eleições majoritárias que acontecerão em outubro, ocasião em que os brasileiros votarão e elegerão seu Presidente, seus Senadores e seus Deputados Federais.

As falas e propostas dos candidatos muito me tranquilizaram, eis que se sinaliza que quando assumirem os cargos eletivos que pleiteiam, resolver-se-ão, ou, no mínimo, se encaminharão as soluções para os grandes males que afligem a sociedade brasileira, mormente os relacionados à saúde, educação e segurança.

Todas as mazelas que nos acostumamos e  acompanhamos acontecer , e que corroeram os pilares de nossa democracia serão erradicadas, eis que a democracia é, falando de uma forma simples, a manifestação de governo que tem como foco a convergência de ações governamentais e da sociedade para a busca do bem-comum, ou seja, “do povo, pelo povo, para o povo".

Reformas serão executadas, a exemplo da política e tributária; obras serão iniciadas e terminadas, sem superfaturamento ou propina; conchavos políticos que não beneficiem a sociedade não serão firmados; a corrupção será severamente combatida e veemente rejeitada; os cargos públicos serão preenchidos por mérito, sem pessoalismos, preciosismos e nepotismos; o Brasil crescerá, seu PIB se multiplicará e a inflação não assombrará mais ninguém; empregos qualificados serão gerados; o brasileiro terá, como nunca, ganhos reais em seus salários; a pobreza será erradicada; o analfabetismo, inclusive o funcional, será extirpado; os políticos cortarão na carne, e eliminarão privilégios e benefícios que somente a eles são alcançados; a transparência grassará as administrações públicas de todo o País, e os cidadãos poderão saber onde cada centavo de seus impostos e contribuições é gasto, inclusive os realizados com cartões corporativos distribuídos aos detentores dos mais altos cargos públicos ou eletivos da Nação; projetos de interesse público serão apresentados e apreciados pelos congressistas, dentre outras tantas “promessas” que são, profusamente, alardeadas em campanhas políticas.

Como nãos se tranqüilizar com tudo isto que é prometido?

O Brasil será maravilhoso, aflorará seu potencial latente de País emergente, será exemplo para o mundo e seremos invejados no cenário internacional pela seriedade com que tratamos o nosso povo;  com o rigor que combatemos a criminalidade, em qualquer instância social ou de poder; e pela excelência na prestação dos serviços públicos, diretamente proporcionais aos pesados impostos que pagamos.

Talvez não seja tão utópica a ficção que acima asseverei, mas para tanto, acredito, temos que melhorar enquanto sociedade, para que não nos reste votar somente naqueles que são a pior representação de nosso povo, e que, quando estiverem no exercício do poder que lhes foi alcançado por nosso voto, no pleno exercício de nossa cidadania, esqueçam o que prometeram e deixem de realizar aquilo que trará o bem-comum, para fazer aquilo que Cesare Beccaria previa nos aglomerados humanos, isto já em 1764, estampada em sua obra “Dos delitos e das Penas”, cuja citação encerra este ensaio, mas não encerra o debate, pois está a estimular o leitor a reflexão:

“As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente aos seus membros, entretanto, numa reunião de homens, percebe-se a tendência contínua de concentrar no menor número os privilégios, o poder a felicidade, e só deixar à maioria miséria e debilidade.”

Opinião, por Ronie de Oliveira Coimbra

 

Educação em foco - Indisciplina: Entre o sonho e a realidade, por Elvio Alberto Walter*





O Conselho Estadual de Educação discute norma que impede o aluno indisciplinado, agressor de colegas e funcionários de escola, destruidor de patrimônio público ou privado de ser suspenso, transferido ou expulso de estabelecimento de ensino

A norma prevê que deverá haver um acordo entre estudante, seus responsáveis e escola sobre como proceder em caso de transgressão. Psicólogos e especialistas em educação deverão ser acionados para ajudar na resolução dos problemas. Começamos a entrar no mundo dos sonhos. Os especialistas em educação que trabalham nas escolas públicas estão ali para acompanhar o trabalho pedagógico ou orientação educacional. Não fizeram um concurso público ou foram contratados para trabalho comportamental. Não conheço nenhuma escola pública na região que tenha no seu quadro funcional um psicólogo para lidar com esse tipo de problema, estudantes transgressores que precisam de acompanhamento policial, psicológico ou psiquiátrico.

 Sou de um tempo em que alunos podiam ser expulsos da escola. Fiz meu ensino primário e médio entre 1974 e 1979 e não me lembro de nenhum colega que tenha sido expulso. Raros foram suspensos. Éramos educados em casa para respeitar professores e escola. Ou melhor, éramos orientados a respeitar a nossa propriedade, a propriedade alheia e os mais velhos. Fosse o Prefeito da cidade ou fosse o mais humilde trabalhador do bairro.

 Hoje temos bullying, temos alunos e professores agredidos dentro das escolas. Temos colégios incendiados por estudantes e querem que lidemos com os delinquentes que fazem isso somente com diálogo? Quem propõe essas coisas há muito tempo saiu de dentro de uma sala de aula ou sequer entrou nela como professor ou funcionário. O que acaba acontecendo é bons alunos trocando de escola para não colocar sua integridade em risco, convivendo com esse tipo de marginal protegido por normas legais.

Muito bem, se essa medida for aprovada, sugiro outras. Trabalhadores que depredarem a empresa, roubarem ou agredirem colegas e superiores ao invés de serem suspensos ou demitidos por justa causa, também permaneçam na empresa. Adote-se o diálogo o acompanhamento. Que se acabe no futebol com o cartão amarelo e vermelho. Quando um jogador der um pontapé, uma mordida, uma cabeçada ou uma cotovelada no adversário, que o jogo seja interrompido, o juiz, o treinador, o jogador e o psicólogo (agora em moda no futebol) se reúnam para resolver o problema. A torcida espera, o jogador pede desculpas e segue o jogo. Promete o indisciplinado não morder mais ninguém até a próxima partida. Afinal, foi isso que aprendeu na escola.

Em casa crianças e adolescentes já podem tudo. Seja por pais e mães omissos que não impõem limites, seja por leis que “protegem” a infância e adolescência. Na escola, as crianças e os adolescentes já podem muito. Por normas que por um lado os “protegem” e por outro intimidam professores e diretores de tomarem decisões que efetivamente contribuiriam para a verdadeira educação.

 É assim que se constrói uma sociedade responsável? É assim que cada um aprende onde termina oseu direito e começa o direito do outro?
 
* Professor do Estado do Rio Grande do Sul

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