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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

SUPREMA DESMORALIZAÇÃO

Zero Hora - 02 de dezembro de 2011
PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA

Suprema desmoralização

Mesmo que a presidente Dilma Rousseff só tenha adiado a demissão do ministro Carlos Lupi ontem porque estava embarcando para a Venezuela e antes precisa costurar a sucessão, houve um claro desrespeito à Comissão de Ética Pública. Se os brasileiros nomeados para avaliar o comportamento de ministros e servidores do alto escalão recomendam a demissão de um ministro e a presidente pede mais informações, a Comissão de Ética Pública pode fechar as portas para balanço.

Não bastasse o descaso com que a presidente tratou a recomendação, o ainda ministro Lupi pediu que a decisão seja revisada. Não se sabe como pretende convencer os conselheiros de que as explicações consideradas frágeis são consistentes como uma rocha. Para tornar ainda mais humilhante a situação dos conselheiros, esses brasileiros escolhidos por terem uma biografia honrada foram chamados de “velhinhos gagás” pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, um dos líderes nacionais do PDT. Leonel Brizola, que morreu aos 82 anos, no pleno domínio das suas faculdades mentais, deve estar se revirando no túmulo ao ver o que o PDT vem produzindo nos últimos anos.

Como se tudo o que já surgiu contra Lupi fosse pouco, ontem apareceu mais uma denúncia: a de que ele acumulou cargos na Câmara dos Deputados e na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro – e não trabalhava em nenhum dos dois empregos. Nesse período, dava expediente na sede do PDT, atitude considerada defensável pelo deputado Vieira da Cunha, o gaúcho que no início da crise disse que colocaria as duas mãos no fogo pelo ministro do Trabalho. Vieira justificou que Lupi trabalhava, sim, na sede do PDT.

É bem verdade que Lupi não é o único dirigente partidário a ocupar cargo de confiança em um órgão público e trabalhar, de fato, na sede do partido ou circulando pelo Interior a serviço da sigla. Como ele é ministro e está atolado em denúncias, essa é apenas mais uma, mas deveria servir de mote para uma revisão de práticas indefensáveis. Quem é CC da Assembleia, da Câmara de Vereadores, da Câmara dos Deputados ou do Senado não pode ser desviado para um escritório partidário. Para financiar a estrutura e as atividades dos partidos existem as contribuições de filiados e o fundo partidário, este sustentado com dinheiro público.

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