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domingo, 24 de junho de 2012

Vítimas da insconsciência, por Beatriz Fagundes - Ótimo texto para leitura dos cidadãos e dos legisladores brasileiros, para perceberem que atos criminosos devem ter consequências para os seus autores.


VÍTIMAS DA INCONSCIÊNCIA



BEATRIZ FAGUNDES, O SUL - 24 de Junho de 2012.

O mundo não merece continuar a conviver com pessoas que, de forma consciente, sabem a extensão dos atos que cometem
Não me peça para pedir clemência ao brasileiro que, segundo a legislação da Indonésia, está condenado sem apelação a enfrentar o pelotão de fuzilamento, condenado pelo crime de tráfico internacional de drogas. O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, que foi condenado à morte naquele país em 2004 por tráfico de cocaína, será morto por fuzilamento nos primeiros dias de julho, de acordo com o jornal local The Jakarta Post.
Segundo o procurador Andi DJ Konggoasa anunciou, as execuções de três imigrantes condenados, entre elas a do brasileiro, acontecerão no começo de julho deste ano. Elas foram preparadas "em coordenação com os ministérios relevantes, as embaixadas e famílias" e serão por fuzilamento, disse ao jornal. Segundo Andi, os condenados "tomaram todos os tipos de medidas legais para reduzir a sentença", mas estas não tiveram sucesso. Os outros dois imigrantes condenados à morte por fuzilamento são o malauiano Namaona Dennis e o paquistanês Muhammad Abdul Hafeez, presos em ocasiões separadas por tráfico de heroína em 2001, conforme o jornal.
De acordo com a publicação, os três prisioneiros escolheram seus pedidos finais: o brasileiro Marco reivindicou uma garrafa de uísque, e Dennis e Hafeez escolheram um encontro com suas famílias. Preso em 2003 e condenado à morte um ano depois, o brasileiro tentara entrar no país com 13,7 kg de cocaína escondidos numa asa-delta. Vários pedidos de clemência, inclusive um do ex-presidente Lula, foram feitos e negados. Na Indonésia, a execução ocorre por fuzilamento feito por 12 soldados, apenas dois deles com as armas carregadas. Se o objetivo da ação não for conquistado, uma bala na cabeça encerra a questão.
O caso de Marco Archer Moreira: Ele foi preso em agosto de 2003, depois que autoridades locais encontraram 13,7 kg de cocaína escondidos na armação de um paraglider em sua bagagem. O brasileiro chegou ao país em um voo da companhia holandesa KLM e, quando autoridades pediram para ver seu passaporte, ele fugiu. O fato intrigou os funcionários da alfândega, que abriram as sete malas dele e acabaram descobrindo 19 pequenos pacotes contendo um pó branco escondidos no paraglider - o pó foi posteriormente identificado como cocaína.
O brasileiro, descrito por autoridades de segurança como um "courier" (mensageiro) de um grupo internacional de tráfico de drogas, foi capturado após 16 dias foragido. O Itamaraty informou que a sociedade indonésia é favorável à pena de morte para traficantes e que os estrangeiros, ao entrar no país asiático, assinam um termo de ciência das leis locais. A sociedade sem limites na qual vivemos nos oferece momentos pedagógicos. Marco aparentemente não era um menino oriundo de alguma favela, produto das terríveis desigualdades sociais que tanto nos atormentam. Viajado, ao chegar à Indonésia assinou um documento no qual confirmou um termo no qual reconhecia as leis locais, entre elas a de pena de morte para o crime de tráfico internacional de drogas.
Lamento profundamente a dor da mãe de Marco, considero que a pobre mulher deve estar sofrendo os efeitos do fuzilamento desde o primeiro momento em que soube ser essa a forma pela qual seu filho seria eliminado do mundo dos vivos. Nenhuma mãe merece passar por essa dor. Mas, convenhamos, o mundo também não merece continuar a conviver com pessoas que, de forma consciente, sabem a extensão dos atos que cometem. No passado, a humanidade foi vítima da religião e hoje é refém do "coitadismo", pelo qual aqueles que cometem crimes contra a humanidade são considerados vítimas de inconsciência de seus atos e, portanto, merecedores de permanente perdão da sociedade, a qual agridem de forma perversa, contumaz e contundente. A Indonésia tem o direito de cumprir a sua legislação!

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