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segunda-feira, 12 de março de 2012

Congresso gasta R$ 188,9 mil em tablets. Enquanto isto faltam verbas em setores fundamentais para a sociedade, a exemplo de saúde, educação e segurança.


Zero Hora - 12 de março de 2012
R 189 MIL EM TECNOLOGIA
Compra de tablets para senadores é questionada



O mais novo motivo de controvérsia envolvendo o Senado tem tela plana, é sensível ao toque, cabe na mão e pesa menos de 500 gramas. Embora os senadores já tenham direito a laptops e computadores no seu dia a dia, a direção da Casa começou a distribuir na semana passada 110 tablets entre parlamentares e assessores. Os aparelhos foram adquiridos sem licitação, e a conta chegou a R$ 188,9 mil.

A justificativa para a aquisição é a modernização do parlamento e a necessidade de reduzir gastos com papel. Embora existam notebooks no plenário e computadores nos gabinetes, as comissões, segundo o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), 1º secretário da Casa, carecem da estrutura. A intenção é que os novos aparelhos sejam usados ali.

Sobre a falta de licitação, Lucena declarou que a escolha do fornecedor se deu de forma legal, por meio de uma Ata de Registro de Preços. Cada aparelho – da marca Samsung – custou R$ 1.718.

A decisão surpreendeu alguns senadores, entre eles o gaúcho Paulo Paim (PT), que diz ter ficado sabendo da notícia pela imprensa. Como outros colegas, entre eles o senador Pedro Simon (PMDB), Paim admitiu que não sabe usar a ferramenta e diz que gostaria de ter sido consultado antes:

– Opero muito pouco essas coisas. Vou ter de fazer um cursinho com meus assessores para aprender a mexer e tentar fazer um bom uso, já que agora o gasto já foi feito.

Para especialistas, senadores teriam de ser capacitados

Entre especialistas, a iniciativa também é vista com ressalvas. Para o doutor em computação Luís Lamb, diretor do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), não há dúvidas de que o tablet pode ser útil. Mas o usuário precisa estar capacitado para usar o aparelho, o que não é unanimidade no Congresso.

Outro fator a ser levado em conta, na opinião do professor Alex Primo, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS, é a necessidade de aplicativos adequados, desenvolvidos especificamente para esse caso. Ou seja: programas destinados, de fato, a agilizar o trabalho legislativo. Do contrário, os notebooks seriam mais do que suficientes.

– Sem isso, é complicado. Esses tablets podem acabar virando brinquedo na mão dos filhos ou dos netos de alguns senadores – alerta Primo.

Para o cientista político Benedito Tadeu César, a novidade se resume a uma palavra: “perfumaria”.

– Modernizar é bom, mas não é isso que vai resolver os problemas do Senado – afirma o pesquisador.


As ferramentas
Confira os equipamentos a que os senadores têm direito:
- Tablet pessoal para ser usado nas comissões
- Notebook no plenário
- Computador nos gabinetes
- Telefone celular

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