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quinta-feira, 17 de março de 2016

QUEM É O POVO QUE SE APROPRIOU DO 13 DE MARÇO?, POR ANTONIO MARCELO PACHECO*

Afinal de contas, quem tem o direito de pertencer ao conceito de povo? Justifico a minha dúvida a partir das críticas daqueles que, defensores do atual governo, do Partido dos Trabalhadores e do lulismo, buscam, hoje, agora, desconstituir todos aqueles que participaram das manifestações do último domingo.

Importa destacar que não se pode, ainda, confundir o pedido de impeachment da presidente Dilma com as críticas ao PT e ao ex-presidente Lula, cidadão como qualquer outro. As críticas feitas contra eles são severas, muitas marcadas pela paixão que legitima uma geração que buscou esquecer aquela crise dos anos 80 do século passado, bem como pela indignação de todos os que estão fartos e esgotados de assistirem à institucionalização da corrupção, que aliás, não é exclusiva do PT.

Entretanto, as críticas dos que defendem a decadente proposta assistencialista do partido do ex-presidente é de uma pobreza intelectual que só não beira o ridículo pela força de alguns dos que as defendem. Afirmar que os que estavam nas ruas no domingo só representavam as elites, de que só representavam os que sempre estiveram usufruindo das benesses da economia e de que são iguais a outras elites que justificaram regimes autoritários e totalitários, é de uma tristeza que ofende o bom senso, aliás, falta-lhes bom senso na mesma medida dos que buscam locupletar-se do momento emocional do país atiçando críticas que nada são do que discursos acríticos, como se observa na tentativa de alguns políticos de se fazerem presentes em São Paulo, o que não foi aceito pelos manifestantes.

Todavia, é fundamental que esses que se autoproclamam esquerda, neste mundo pós-moderno e de fragilidade de conceitos, reconheçam que no universo ideal em que apenas o próprio reflexo é por eles perceptível há em curso um processo histórico que os isola e os coloca numa posição da qual não possuem nenhuma experiência: eles são hoje minoria. Aliás, poderia se questionar por que aquela imensa maioria popular que concorda com eles não estava nas ruas no domingo? Por que eram tão minoria?

Hoje, por mais que busquem se apropriar do conceito de “povo”, é doloroso para o PT, para o ex-presidente, para tantos intelectuais e todos que ainda acreditam nesses símbolos desgastados admitir, para além do espelho e da única imagem ali refletida de que todos somos povo e que no domingo, para tristeza deles, nós tomamos as ruas em nome do que esqueceram: Brasil.

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