quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Votação de projeto que altera critérios para promoções de oficiais da BM foi adiado por falta de quórum.
Zero Hora
29 de fevereiro de 2012
VOTAÇÃO ADIADA
Projeto da BM esbarra nos aliados
Apesar da pressão de governistas, oficiais da Brigada e oposição, Piratini tentou aprovar, sem sucesso, mudanças nas promoções
Surpreendido por um apagão entre deputados aliados, o governo Tarso Genro perdeu, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, uma batalha que considerava ganha. Por falta de quórum – incluindo sete parlamentares da base –, o projeto elaborado pelo Piratini para alterar os critérios de promoção de oficiais da Brigada Militar não foi à votação. A decisão ficou para terça-feira, e o resultado é uma incógnita.
Encaminhado pelo Executivo em regime de urgência, o texto é alvo de controvérsia por triplicar o peso de conceitos subjetivos atribuídos a candidatos a major e a tenente-coronel. O receio é que a medida possa facilitar a ascensão de apadrinhados na corporação, partidarizando a BM.
Ontem, minutos antes do início da sessão, a oposição trabalhava nos bastidores para convencer os apoiadores de Tarso a esvaziarem o plenário.
– Vamos tomar um cafezinho na hora da votação, deputado? Esse projeto é fria, é fria – repetia Gilberto Capoani (PMDB), em tom de brincadeira, arrancando sorrisos amarelos.
Só no PT, três estavam ausentes no momento em que o painel eletrônico fazia o check-in da tarde, incluindo o líder da bancada, Daniel Bordignon, que chegou atrasado.
– Foi uma cochilada da base, só isso. A oposição foi mais rápida dessa vez, mas nós vamos votar a favor. Não foi de propósito – desconversou o petista, que, em outras ocasiões, havia feito ressalvas à proposta.
A versão foi confirmada pelo líder do governo, Valdeci Oliveira (PT), que usou a expressão “vacilo”. Apesar disso, deputados como Alceu Barbosa Velho (PDT) e Marcelo Moraes (PTB) revelaram ter optado, deliberadamente, por postergar a votação. O primeiro, por alimentar dúvidas em relação ao projeto e precisar de “mais tempo” para analisá-lo. O segundo, por discordar abertamente das medidas.
– O PTB é da base, mas sou um deputado independente – disse Moraes.
Quando o telão apontou a presença de apenas 25 parlamentares, três a menos do que o mínimo exigido, as galerias ocupadas por oficiais explodiram em gritos e palmas.
– Era o mínimo que esperávamos – comemorou o presidente da Associação dos Oficiais da BM, José Carlos Riccardi Guimarães.
Se conseguir convencer os 32 deputados da base a aceitar as mudanças, o governo ainda pode virar o jogo.
juliana.bublitz@zerohora.com.br
Op
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