O TRABALHO DA POLÍCIA MILITAR E A INGRATIDÃO
Eu, como Comandante da Brigada Militar de
Sapucaia do Sul reconheço a inestimável importância de todos os brigadianos,
que durante todas as horas do dia, durante todos os dias do ano, trabalham em
prol da segurança da vida, da integridade física e do patrimônio das pessoas,
mesmo que para isto tenham que colocar sua vida em risco.
No meu íntimo eu fico a pensar, e desculpem a
minha pretensão, que se não fosse a
polícia ostensiva as pessoas sequer poderiam encaminhar suas crianças para a
escola; não poderiam ir e voltar, todos os dias, com tranqüilidade do trabalho,
não poderiam brincar e se divertir nas praças e parques, ou namorar em seus
bancos; não poderiam realizar suas corridinhas matinais ou de final de tarde;
não poderiam promover festas, bailes, ou shows, sequer poderiam ir ao
supermercado para fazer compras, não poderiam ter um negócio etc. As ruas se
tornariam lugares perigosos, pois a qualquer momento, um bandido, desalmado,
com maldade no coração, poderia aparecer e cometer atrocidades impensáveis
contra as pessoas, somente com uma diferença definitiva: a vítima ou vitimas
não teriam nenhuma esperança de que policiais viessem em socorro.
A meu juízo a utilidade da polícia é
inegável, que obviamente não consegue eliminar totalmente a violência e a
criminalidade, mas que mantém estes fenômenos longe da barbárie e permite,
ainda, que as pessoas vivam suas vidas, estudem, trabalhem, namorem,
divirtam-se, em suma, realizem todas as atividades que lhes garantam sua
subsistência.
Entretanto toda esta utilidade ainda não
consegue impedir a crítica gratuita aos policiais e lhe jogar sobre os ombros a
responsabilidade por tudo que ocorre de ruim. Políticos, artistas, ativistas de
direitos humanos e muitas pessoas da sociedade elegeram os policiais como os
responsáveis pela criminalidade e pela violência, e alguns, às vezes, falam
asneiras.
Os legisladores afrouxaram as leis e permitem
que delinqüentes contumazes voltem às ruas e então, quando estes delinqüem e
aumentam os índices de criminalidade, a culpa é das policias e lá vamos nós,
como que um cachorro correndo atrás do rabo, para resolvermos chagas por outros
causadas.
Sábios comunicadores e jornalistas cometem o
pecado da generalização - o que não fazem com outras categorias profissionais,
fenômeno que minha inteligência limitada não me permite compreender – e afirmam
em seus escritos e falas que todos os policiais são ruins, mal preparados e
ofensores dos direitos das pessoas. Estes desinformados, que prestam um
desserviço a sociedade, nem imaginam, enquanto eles constroem suas bobagens,
quantas pessoas foram auxiliadas pela polícia, que partos foram realizados por
policiais, que pessoas foram salvas de bandidos ou salvas de acidentes, que
incontáveis crimes foram evitados, que dezenas de bandidos foram presos, que
mulheres e crianças foram amparadas do jugo da violência doméstica, que
diversos órgãos e instituições foram apoiados, entre tantas e tantas outras
citações que eu poderia registrar.
Respondam-me: como que policiais tão ruins,
tão despreparados, tão ofensivos aos direitos das pessoas, conseguem realizar
tantas coisas tão boas para a sociedade?
Ronie
de Oliveira Coimbra – Major
Cmt
do 33º BPM de Sapucaia do Sul
Infelizmente vivemos em uma sociedade que necessita de policiamento ostensivo, caso contrário, nao seria possível viver. Policiais (e outras classes) são muito mal pagos pelo trabalho que executam, mas, no país do BBB, e da corrupção escancarada,o que podemos esperar! Ingratidão e sensacionalismo barato? Sim, claro. É o que fazemos de melhor, há mais de 2 mil anos viemos praticando. Educação é a chave, a começar dentro de casa!
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