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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Investigação Completa (para políticos corruptos, pois não basta somente a perda do cargo, porque se não for desta forma estará instalada a impunidade).

Zero Hora - 06 de dezembro de 2011
EDITORIAIS
INVESTIGAÇÃO COMPLETA



O afastamento do sexto ministro do atual governo por suspeita de irregularidades graves encerra uma etapa decisiva, mas essencialmente de caráter político. Ainda falta, para que se cumpram os ritos institucionais, que o Ministério Público e a Justiça, com a contribuição das investigações policiais, esclareçam o envolvimento do senhor Carlos Lupi nos indícios apresentados. É o que se espera desse e dos outros cinco casos de suspeitas de delitos, envolvendo direta ou indiretamente ministros e assessores que acabaram deixando o governo. A queda política é importante, por afastar do Executivo um integrante do primeiro escalão sem condições de permanecer no cargo, mas não pode significar o encerramento dos fatos que vieram à tona nos últimos meses.

É preciso levar adiante as sindicâncias, não só as administrativas, para que tudo seja esclarecido, ou o ministro e outros acusados estarão, em pouco tempo, como ocorreu com denunciados em situações semelhantes, em governos anteriores, transitando pela vida pública como se nada tivesse acontecido. Os envolvidos em escândalos apostam no esquecimento, num primeiro momento, e depois recorrem a táticas protelatórias, no andamento dos processos, para dificultar as sindicâncias. É paradoxal que tantas denúncias, em período tão curto, contribuam para a moralização da vida pública e, ao mesmo tempo, para a sensação de banalização dos desmandos. Os demitidos contam com essa confusão para se proteger na impunidade.

Carlos Lupi afasta-se do governo em circunstâncias semelhantes às que fizeram tombar outros ministros e servidores. Na origem de todos os episódios, está a fragilidade dos controles do próprio governo, combinada com omissões graves. É indesculpável que os órgãos, dentro e fora do Executivo, encarregados de vigiar a postura de homens públicos sejam surpreendidos por denúncias de superfaturamento de obras, pagamento de propinas, favorecimento de quadrilhas protegidas por falsas ONGs, relações promíscuas com prestadores de serviços e outros desmandos. As falhas na prevenção se completam quando, depois de identificadas as irregularidades, os personagens dos escândalos passam a desfrutar da lentidão de investigações e processos que poderiam levar às punições.

Para a maioria, a única punição tem sido a perda do poder. Nem mesmo parte dos recursos desviados é devolvida. No caso do Ministério do Esporte, para citar apenas um exemplo, a Controladoria-Geral da União tenta recuperar R$ 49 milhões repassados a ONGs. Em todos os demais ministérios sob suspeita, houve o desvio de verbas, das mais variadas formas. Nem o mais otimista dos brasileiros é capaz de acreditar, baseando-se em experiências anteriores, que seja possível resgatar esse dinheiro.

O que importa é que instituições de controle, Polícia, MP e Judiciário façam a sua parte e procurem reverter a percepção generalizada de que políticos poderosos se submetem apenas a constrangimentos, como o momentaneamente enfrentado pelo ex-ministro do Trabalho, para retomar a vida pública logo adiante, apresentando-se muitas vezes como vítimas de perseguições e mal-entendidos.

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