Zero Hora - 20 novembro de 2011
francisco.amorim@zerohora.com.br
FRANCISCO AMORIM
NAS MÃOS DA LEI
O arsenal que o
RS tirou do crime
Um arsenal de 5,4 mil armas, capaz de munir um pequeno exército, foi retirado das ruas nos primeiros nove meses de 2011. Além de revólveres e pistolas, espingardas e fuzis foram tomados das mãos de bandidos em um esforço policial que elevou em 11% o volume de apreensões em relação ao mesmo período do ano passado.
Aliado ao combate ao tráfico de drogas, o desarmamento de grupos criminosos é uma das prioridades das polícias Militar e Civil no Estado. Para os estrategistas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o trabalho de recolhimento de armas na ilegalidade pode frear os homicídios. Embora no acumulado dos nove primeiros meses do ano os assassinatos tenham tido uma retração de 3,63% em relação ao mesmo período de 2010, em setembro – último dado oficial divulgado –, cresceu 22,72% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A apreensão de armas também ainda não se refletiu nas estatísticas sobre roubos de veículos, crime que continua em alta. Nos nove primeiros meses do ano, houve um aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em setembro, o crescimento foi de 16,75% em compração com o mesmo mês de 2010.
Apesar de a pasta da Segurança Pública não dispor ainda de dados estatísticos referentes ao mês de outubro, uma análise sobre a atuação policial nos nove primeiros meses do ano indica que o Estado caminha para o maior número de apreensões dos últimos quatro anos (faltam informações oficiais anteriores a 2008). Em 2011, a média diária já está em 19,8 armas apreendidas, índice superior às 17,8 armas recolhidas no ano passado por dia.
A análise de um levantamento feito pelo Departamento de Gestão da Estratégia Operacional, da Secretaria da Segurança Pública, a pedido de Zero Hora, ajuda a entender um pouco melhor o fenômeno. Apesar de as autuações por porte ilegal de armas de calibre permitido ainda serem maioria, correspondendo a 81,6% do total de registros, o número de ocorrências envolvendo armas de calibre restrito, como .40 e 9 milímetros, vem crescendo ano a ano. Até o último dia 8, 708 pessoas foram presas por portar armas que só poderiam estar nas mãos de policiais, integrantes das Forças Armadas, algumas autoridades ou em estantes de colecionadores credenciados. O número é 41,3% maior do que o registrado em todo o ano passado.
– Notamos que os bandos mais organizados, especialmente aqueles ligados ao tráfico e a grandes assaltos, seguem investindo em armamento mais pesado, pistolas de uso restrito e armas longas. É uma tendência. Grupos menores aproveitam o preço mais baixo dos revólveres e das pistolas de uso permitido, mais abundantes no mercado negro. Se armam para pequenos ataques, roubos a pedestres, de veículos, crimes que incomodam o cidadão comum – explica o delegado regional de Porto Alegre, Cléber Ferreira.
A intenção das polícias é superar até 31 de dezembro a marca de 6,6 mil armas apreendidas em 2010. Se o ritmo diário em 2011 for mantido, a previsão é que 7,2 mil armas sejam tiradas de criminosos até o final do ano.
Um estudo da Brigada Militar revela o perfil das 4.008 armas apreendidas pela corporação.
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