Na data de 29 de novembro de 2011 a Brigada Militar de Esteio prendeu
assaltantes, e na posse deles estavam rádios portáteis na freqüência da Brigada
Militar. Episódios semelhantes aconteceram várias vezes em Sapucaia do Sul, quando
delinqüentes perpetraram crimes e utilizaram rádios portáteis na freqüência da
Brigada Militar para monitorarem os movimentos da policia e conseguirem êxito
em sua fuga.
Creio que agora é o momento para investimentos em rádio comunicação para
a Brigada Militar, porque se avizinha a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e a
comunicação entre os policiais, de forma clara e célere, é condição
indispensável para a prestação de bons serviços de segurança pública que terá demandas
aumentadas em razão da Copa do Mundo.
Como está hoje não pode ficar. A comunicação é difícil; existem muitas
áreas de sombra, o sistema de comunicação da polícia militar não é digital e
não possui criptografia (codificação do sinal), o que permite que qualquer
delinquente que adquira um rádio transceptor escute e monitore as frequências policiais;
os equipamentos para os policiais a pé são escassos e eles se valem de seus
telefones celulares para transmitirem mensagens de serviço para a Central,
inclusive, tal prática se faz necessária quando as ocorrências são vultosas,
pois já sabemos que existe a forte possibilidade dos bandidos estarem escutando
nossas comunicações, desta feita as manobras de recursos e o cerco policial são
feitos por telefone celular, quando o correto seria termos uma rede confiável
que permitisse a troca de mensagens com tranquilidade entre a central e os
policiais da linha de frente.
Isto posto, concluo que urge a necessidade de investimentos em
equipamentos modernos de comunicações para uso no setor de segurança pública,
com o único fito de prestar melhores serviços a sociedade.
Estes investimentos, claro, alcançarão ferramentas mais qualificadas
para os policiais militares, mas a sociedade é que será a grande beneficiada, e
não poderia ser diferente em se tratando de segurança pública. Hoje criminosos
tem suas fugas facilitadas por falta de uma rede digital e criptografada, eis
que, não raras vezes, bandidos são flagrados com rádios portáteis na freqüência
dos Batalhões da Brigada Militar. As grandes vítimas desta situação são o
policial militar, que fica vulnerável a ação de criminosos, que se antecipam as
suas ações e eliminam o fator surpresa, preponderante para desfechos favoráveis
nas ocorrências atendidas pela polícia militar; e os cidadãos de bem, que ficam
com suas expectativas de socorro reduzidas, em razão de que os delinqüentes
escutam as transmissões da polícia e conseguem antecipar suas ações e até mesmo
controlar e prorrogar o episódio.
Creio que, entre os cidadãos de bem, existe a unanimidade que segurança
pública necessita de investimentos, tanto em recursos humanos, quanto em recursos
materiais e tecnológicos, eis que está em jogo a segurança, a vida e o
patrimônio de milhões de pessoas.
Abraço
Ronie de Oliveira Coimbra
Major – Cmt do 33º BPM de
Sapucaia do Sul