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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

CIDADANIA FERIDA, por José Carlos Riccardi Guimarães *

CIDADANIA FERIDA, por José Carlos Riccardi Guimarães *

Moção de solidariedade e enaltecimento de Oficial

Associação dos Oficiais da Brigada Militar - A voz dos Oficiais, ouvidos da Segurança Pública

Afora a excepcionalidade do fato, nenhum cântico para entoar o ato bravo de uma Capitã da Brigada Militar. Às vezes fazendo parecer que a obrigação e a indiferença justificam o silêncio contemplativo de que foi apenas mais um capítulo vulgar da história da violência que se incrustou no Rio Grande do Sul. É possível, até, que nem seja digno de espaço na mídia ou de apreciação pelos melhores filósofos e historiadores do jornalismo local.

Por um lado, pode ser que colocar a farda e estar de serviço nos faça pensar que o risco à vida seja óbvio e, por isso, nada mais a considerar. Por outro, a proliferação da indiferença como sentimento altivo indica que dá para varrer toda vicejante mazela para baixo do tapete, esquecer-se de imediato e seguir a vida com naturalidade. Mas também é possível dar um paradigma mais apropriado quando se trata da vida de nossos semelhantes, em especial quando não são nossos parentes ou amigos.

Na madrugada de sábado (05/10/2013), em Gravataí, no bairro Vila Rica, a Capitã da Brigada Militar DEISE KOLOGESKI intercedeu para evitar que um assalto prosperasse, sendo recebida, junto com o motorista de sua viatura, a tiros pelo delinquente, ao que revidou. Do tiroteio restou à Capitã DEISE um tiro no peito, aparado pelo colete à prova de balas... Vamos parar aqui! E vamos retroceder à manhã do dia anterior!

Antes de entrar de serviço, em uma escala massacrante de 24 horas, a Capitã DEISE cuida de sua família, prepara seu filho de três anos e o seu marido para mais um dia de ausência. Deixa o lar para proteger a sociedade, na incerteza do retorno, mas na certeza de que seu senso ético e moral, sua coragem, seu desprendimento, sua noção de cumprimento do dever são maiores naquele momento e vai à luta contra o crime que sangra nossa sociedade, dilacera o patrimônio e a vida de nossos amigos, vizinhos e familiares. E tão somente por isso não há que se deixar prosperar a indiferença e o silêncio contemplativo.

Os Oficiais de Brigada Militar, legítimos e verdadeiros ouvidos dos clamores por melhor segurança pública no Rio Grande do Sul se unem em coro para manifestar apreço, gratidão, consideração e respeito por essa mulher, mãe e policial. Obrigado Capitã DEISE por honrar a farda da Brigada Militar. Com a palavra os sedizentes defensores dos direitos humanos.

* Tenente Coronel da Reserva e Presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar.

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