Dia 20 de setembro, ápice e encerramento das comemorações da Semana
Farroupilha no Rio Grande do Sul. Nesta semana reconhecemos e festejamos os
gaúchos que nos antecederam e lutaram por praticamente um decênio, na Revolução
Farroupilha, e conseguiram para os Rio-grandenses tudo o que exigiram e o
Império manteve a Unidade e o Rio Grande do Sul retornou a ser Província,
deixando de ser a República Rio-Grandense.
Mas o que os gaúchos exigiam, e tanto entendiam justo, que partiram as
armas e proclamaram uma República? Aprendi que existia uma única
motivação, em razão da alta taxação do charque gaúcho, que somente sobrevivia
pela relação belicosa dos Países do prata, envoltos em lutas, que acarretavam
na necessidade de abastecer o mercado com o produto gaúcho, que impeliu os farrapos a exigirem justiça e
igualdade para a sua economia principal, que era a pecuária.
Entretanto um exame aprofundado da
História aponta outras causas para que os rio-grandenses se insurgissem a Coroa:
Reclamava-se do descaso do Império
quanto à assistência de viúvas e familiares, indenizações de guerra,
abrandamento dos recrutamentos e de requisições de estâncias e gado,
construções de estradas, pontes e Escolas. Nestes aspectos a Coroa deixava as
viúvas e familiares entregues a própria sorte, caso, em lutas promovidas pelo
Império, o soldado viesse a morrer. E o gaúcho, reconhecidamente aguerrido e
bravo era muito requisitado. Os farrapos levaram sua demanda após a guerra
farroupilha.
Os Farrapos queriam o reconhecimento do Império para a contribuição
militar dos gaúchos. Obtiveram. Os farrapos também queriam menos intromissão
política e menos favorecimentos de portugueses no Partido Conservador.
Obtiveram.
Os farroupilhas alcançaram tudo pelo que lutaram e conquistaram o
respeito de todo o Brasil, eis que até obtiveram o direito de indicar o novo
Presidente da Província.
Portanto, embora uma longa guerra, não houve vencidos nem vencedores,
pois o Império manteve a sua Província e os gaúchos conquistaram o que pediram.
Atualmente temos algumas semelhanças com o período pré-revolução
farroupilha. Injustiças estão a acontecer, pois políticos inescrupulosos
dilapidam o erário e nada lhes acontecesse, pois os Tribunais que deveria nos
defender desta prática, historicamente, nunca responsabilizaram nenhum
político; nossos impostos – digam-se altíssimos - são encaminhados ao Poder
Central, mas a distribuição é feita mediante as famosas emendas parlamentares,
cujos critérios para concessão ocupariam várias colunas, portanto não vou
descrevê-las, embora tentado a fazê-lo, e os recursos não voltam na mesma
proporção.
Certamente que não existe espaço para que nos proclamemos uma nova
república ou que peguemos as armas, mas podemos honrar nossos antepassados
farroupilhas lhes mostrando, como escrevi em outra coluna, aguerrimento,
bravura e virtude, e demonstrar nosso
descontentamento e desconforto, clamando por justiça e igualdade e saindo as
ruas, com as caras pintadas com as cores do Rio Grande.
Tenho convicção, que como os farroupilhas, seremos ouvidos.
Abraços
Ronie de Oliveira Coimbra
Major – Cmt do 33º BPM de
Sapucaia do Sul
e-mail:
Coimbra@brigadamilitar.rs.gov.br
Twitter: @roniecoimbra
Facebook: roniecoimbra
que eu vo dizer sobre isso.
ResponderExcluirmas de uma coisa eu concordo, se vocês querem se separar o governo devia deixar, vocês não querem a gente, a gente não quer vocês, pronto, desse jeito todo mundo sai feliz.
Caro Carlos
ResponderExcluirLeia atentamente a postagem e verás que em nenhum momento falei em separação. Ao contrário. Mas incentivei as pessoas a se insurgirem contra a corrupção e a frouxidão da lei para bandidos.
Major Coimbra