O Ten Cel Iriart postou o que segue no status do seu perfil do
facebook: “Na página 41 de ZH de hoje, desta vez foi o jornalista Luiz Zini
Pires quem "joga a pedra na Geni"...quer dizer, coloca a culpa na
Brigada Militar em relação aos recentes acontecimentos com a geral do
Grêmio.
Porém quando precisar...”
O Tenente Coronel Iriart
se referia a OPINIÃO do jornalista, publicada no JORNAL ZERO HORA, como vemos transcrito abaixo:
"Multa
O Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD) julga o Grêmio na sexta-feira, no Rio, pela confusão
entre torcedores e a Brigada Militar, dia 28 do mês passado, na Arena. O artigo
213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê perda de mando de
campo por até 10 jogos. Mas o clube deve ser apenas multado.
A briga não prejudicou a
partida com o Fluminense, e quem errou foi a BM, não a torcida Geral."
O Ten Cel trouxe ainda,
um artigo, de autoria do Major Aroldo Medina, também da Brigada Militar, que
foi publicado no mesmo jornal, no ano de 2008, e que, acredito eu, que o tempo
passará, e ainda continuará atual. Bem, vejamos, e o leitor expresse a sua
opinião:
"A Brigada é a Geni
ZH fez uma reportagem equilibrada sobre moradores de rua
abordados pelo 9º BPM. A matéria publicada no dia 18 de abril suscitou
manifestação da designer Kátia Ozório classificando o trabalho da Brigada como
uma ação equivocada, em artigo veiculado no jornal Zero Hora no dia 19 de
abril. A leitura da opinião da designer me fez lembrar da música do Chico
Buarque Geni e o Zepelim.
A Brigada atende todo mundo, nas mais diferentes situações. Além
do policiamento ostensivo que procura fazer mesmo com pouquíssimas viaturas,
brigadianos e brigadianas em número cada vez menor, estas as verdadeiras razões
que fazem as pessoas esperarem, atende desde ocorrências policiais até os casos
mais inusitados. Faz parto em viaturas quando faltam ambulâncias. A Brigada
leva pessoas doentes para os hospitais, não cobra corrida e o paciente que
chega ao hospital acompanhado da polícia normalmente é atendido.Requisitada nas
emergências, doa sangue aos enfermos. Pega jacaré em quintal. Captura cobra
dentro de casa. Vive prendendo bandidos, diariamente, que voltam às ruas na
semana seguinte. Socorre pessoas acidentadas. Combate incêndios. Mergulha nas
piores condições para procurar afogados. Salva incontáveis vidas nos verões
ensolarados. Embrenha-se nos matos procurando desaparecidos. Já dirigiu ônibus
e caminhão de lixo em Porto Alegre, em greves das categorias. Participa das
Forças da ONU, em missões de paz. Vela seus inúmeros mortos tombados no combate
ao crime.
Certa feita, estava de serviço junto ao 190 e uma atendente me
passa uma ligação, na qual uma senhora pergunta se posso mandar uma viatura na
casa dela para desligar o forninho do seu fogão. A senhora visitava uma amiga
na zona norte de Porto Alegre e morava no Lami. Havia esquecido o forninho
ligado e deixado a chave da sua casa na vizinha, que não tinha telefone. Mandei
a viatura!
Nos arredores de Santa Maria e Itaara chamam a Brigada para
atender fenômenos envolvendo discos voadores. No interior de nosso Estado,
também chamam a Brigada para caçar "chupa-cabras pampeiros" e outras
feras que atacam ou dilaceram animais domésticos. Casa mal assombrada ou algum
demônio que rouba o sossego público, ladrões de cemitério, lá também está a
Brigada caçando os fantasmas.
Chamar a Brigada para tirar mendigo da rua, é mais uma, entre
mil missões em que a BM responde presente. Uma simples leitura do Decreto-Lei
3.688 de 03/10/1941 - Lei das Contravenções Penais, artigos 37, 42, 59, 60, 61,
62 e 68, que tratam de perturbação do sossego alheio, mendicância, vadiagem,
embriaguez, ofensa ao pudor, sujeira em lugar de acesso público, recusa de
identidade, independentemente dos antecedentes criminais da pessoa abordada,
dão amparo legal à BM para atender aos chamados das pessoas importunadas por
moradores de rua, que também respeitamos.
Em meus 22 anos de Brigada, só testemunhei a corporação recusar
uma "ocorrência". Era Semana da Pátria e alguém resolveu fazer cocô
no palanque. Chamaram um soldado da Brigada para limpar. O soldado chegou,
olhou para a "evidência" e arrematou com toda calma: "É com o
DMLU!" Deu as costas e voltou para o patrulhamento no seu posto.
É por tudo isso que foi
inevitável sentir um grande desconforto cultural como policial, ao ler a
opinião da dona Kátia Ozório, opinião que me fez lembrar de imediato a letra da
música do Chico e de todo o seu contexto, comparando-a com as missões de
polícia e reescrevendo-a em minha mente: "Joga pedra na Brigada, Ela é
feita pra apanhar, Ela é boa de cuspir, Ela atende qualquer um, Maldita Brigada"!
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