19 de abril de 2012
Uma primeira inspeção após a saída de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da área onde funciona o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Sarandi, no norte do Estado, já foi suficiente para confirmar o quanto a opção por táticas agressivas se mantém entre os militantes. Além de danos às residências de funcionários da fazenda, como portas quebradas, fechaduras arrombadas, bagunça e sujeira, foram encontrados carros pichados e danificados e existe a suspeita de que bovinos foram abatidos. Como o MST pretende encaminhar suas reivindicações e conquistar o apoio da opinião pública se suas milícias agem dessa forma?
O Rio Grande do Sul é apenas mais um das dezenas de Estados que, mais uma vez, vêm servindo de palco para manifestações destinadas a recordar o massacre de trabalhadores rurais em Carajás, em 16 de abril de 1996. Tanto no Estado quanto em outras unidades da federação, porém, chama a atenção a insistência em assinalar uma data lembrada por excessos inadmissíveis com atitudes marcadas pela agressividade. O resultado só não se mostra ainda mais grave porque a campanha de vacinação contra a aftosa, com início marcado para maio, não chegou a ser afetada, pois os testes já haviam sido realizados.
Assim como ocorreu em outras edições do chamado abril vermelho, líderes dos sem-terra elegeram para este ano algumas queixas específicas. A principal delas é um contingenciamento das verbas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que líderes do MST poderão encaminhar aos foros competentes quando cessarem os protestos.
O equívoco do movimento dos sem-terra, nesta e em manifestações habituais, é o de primeiro partir para o confronto e só depois tentar negociar. Esta, porém, será sempre uma alternativa inadmissível enquanto as instituições se mantiverem à disposição para receber e encaminhar soluções para demandas da sociedade.
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