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domingo, 15 de abril de 2012

OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM, Editorial de Zero Hora.

Merece uma reflexão mais aprofundada o episódio que envolve o jogador Jô, do Internacional, e seus vizinhos do bairro Vila Jardim, em Porto Alegre. Sentindo-se perturbados pelo barulho das festas promovidas pelo atleta em sua residência, os moradores da rua recorreram à Justiça para fazer cumprir a Lei do Silêncio, a legislação municipal que dispõe sobre medidas para impedir ou reduzir a poluição proveniente de sons e ruídos excessivos. Até aí tudo normal, um conflito comum nos centros urbanos encaminhado para a solução judicial. O que despertou a curiosidade e a indignação da opinião pública foi a manifestação do atleta sobre o incidente: “Quem estiver incomodado que se mude”, sentenciou, evidenciando uma mentalidade egoísta e incompatível com a convivência civilizada. Infelizmente, não se trata de uma visão isolada. A desconsideração com o próximo é muito mais comum do que pode sugerir esse episódio envolvendo um personagem de grande visibilidade devido à atividade que exerce. O problema não é o atleta, é o comportamento que ele simboliza. Veranistas do Litoral, moradores de bairros menos sofisticados, vizinhos de casas noturnas enfrentam com muita frequência os dissabores do barulho insuportável. A tecnologia do som proporcionou aos indivíduos o poder de destruir a tranquilidade alheia – e muitas pessoas não hesitam em utilizá-lo. Mas as manifestações cotidianas de incivilidade não se restringem ao universo dos ruídos. No trânsito, que é onde as pessoas são obrigadas a compartilhar espaços, elas aparecem no desrespeito às faixas de segurança e aos semáforos, na disputa por vagas em estacionamentos públicos, nas infrações diversas e até em reações criminosas contra a fiscalização. Os “jôs” de todos os dias também furam filas, jogam lixo na rua, picham paredes, usam os cotovelos para chegar na frente e consideram-se no direito de cometer pequenas transgressões para levar vantagem. Incivilidades nem sempre são delitos, mas são atos que rompem as regras elementares da vida social. Quebram o pacto social de relações humanas. Quando proliferam numa sociedade, instaura-se um sentimento de abandono do espaço público e de desamparo pessoal – e as vidraças quebradas, como comprova a célebre teoria da impunidade, estimulam o descaso, a repetição de delitos, a falta de confiança nas instituições e a anarquia. Como se atenua este mal da civilização, causado pelo egoísmo e pela falta de solidariedade? Evidentemente que com educação. As leis, a vigilância das autoridades, as punições para os infratores também funcionam, mas o principal antídoto para a intolerância continua sendo a educação familiar e escolar, especialmente quando centrada numa cultura de paz, no respeito às diferenças e no estímulo à convivência humanitária.

2 comentários:

  1. Senhor comandante, aproveitando o assunto em questão pedimos sua atenção para um bar que funciona a portas abertas com um som que propaga para fora do ambiente,em dias de semana, desrespeitando o horário de siliencio 22h.O bar fica na rua Libero Badaro esquina com Rua Marciano Silveira, na Nova Sapucaia, zona totalmente residencial. Pedimos providencias, pois os abusos são diários com festa de segunda a segunda e até as 1h ou 2h da madrugada com as portas abertas e som alto. Liguei Hoje liguei para o 190 pedindo que passem ali, e a plena terça-feira as 23:16h lhe posto esta mensagem e estou a 1 quadra do bar e escutando toda bagunça sem poder dormir. Amanhã tenho que acordar as 5h da manhã para trabalhar.

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  2. Esse texto fala sobre a mais pura verdade do que está acontecendo nas ruas. As pessoas esquecem que devem conviver harmoniosamente com outros, mantendo o respeito para que também possam ser respeitados. A fiscalização efetiva e o cumprimento da lei deve ser para todos, e começa no momento em que alguém resolve reivindicar seus direitos de cidadão contribuinte, da ligação para o 190 até a devida justiça.

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