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sábado, 18 de julho de 2015

Os coronéis da BM e os seus salários, por Aroldo Medina*


Zero Hora publica na sua edição de 17/07, página 10, uma reportagem sobre o salário dos coronéis da Brigada Militar, destacando que 96% deste efetivo de 497 oficiais, usufrui de aposentadoria.

Todos esses coronéis prestaram um concurso público e, ingressaram na BM como praças ou mesmo como alunos oficiais, numa carreira de Estado, almejando serem promovidos, após prestarem novos concursos públicos ou se submetendo a seleção (médica, física, psicológica e intelectual) para fazerem cursos de progressão. Todos nós quando abraçamos uma profissão, aspiramos legítima progressão na carreira escolhida. Olhem a celeuma estabelecida no plano de carreira dos professores do nosso Estado.

A Brigada não esta fora de nenhum contexto mundial de plano de carreira militar ou mesmo jurídica, como propugna atualmente, com valorização salarial compatível a de outros Estados da Federação. Ademais o salário dos coronéis no final da sua carreira é menor do que o inicial de outras carreiras de Estado, de nível superior, principalmente, as jurídicas.

Nenhum coronel surge do nada. Os coronéis de hoje tiveram anos de dedicação como cadete, aspirante, tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel. E, nessa trajetória sofreram reveses no enfrentamento de bandidos, situações de emergência e calamidades. Quando as pessoas no geral se afastam dos perigos, os policiais, militares e bombeiros, se aproximam deles.

Todos esses coronéis assumiram compromissos expressivos na administração dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhes foram afetos, permanecendo ao alcance de apontamentos do Tribunal de Contas do Estado, mesmo na reserva, sofrendo a imposição do pagamento de multas e outros ressarcimentos. E, ainda permanecem sujeitos a perda do posto mesmo na reserva, em caso de condenação superior a dois anos e, podem ser reconvocados em casos extremos para defesa do povo e da pátria, ônus inerente ao seu caráter militar.

Ao final da carreira muitos estão doentes. Aliás a doença na aposentadoria, acompanha a maioria dos aposentados da Brigada, sejam oficiais ou praças que sacrificam a saúde e, não raras vezes, a própria vida, na defesa da vida e do patrimônio das pessoas.

Hipertensão, diabetes, infarto, câncer, úlceras, enfisema pulmonar, cirroses, problemas de coluna, depressão aguda, trombose, acidente vascular cerebral, envelhecimento precoce inerente a função de polícia, além de outras doenças, inclusive mentais, são espectros reais que perseguem os aposentados da segurança pública, indefectivelmente, mais do que em qualquer outra categoria de trabalhadores. Ser policial de qualquer nível é como exercer o trabalho de um minerador de carvão, em cima da terra, sob pressão permanente, o tempo todo.

E, como nas outras carreiras de Estado, além do Poder Executivo que também poderiam ser alvo do nosso questionamento salarial, é justo lembrar que todos esses servidores públicos de gestão de alta complexidade e responsabilidades, pagam impostos (de Renda e Previdenciário), descontados diretamente na fonte que leva sempre, sem nenhuma sonegação, 40% de todo o montante salarial apontado.

*Tenente-Coronel da Reserva da BM

(31 anos de serviço militar, em tratamento para o diabetes há 4 anos, com pólipos extirpados do intestino, com nódulo na tireoide e, trombose no braço esquerdo, recuperada há três anos, após intenso tratamento médico e espiritual. Doenças diagnosticadas como resultantes de stress continuado intenso, no exercício da profissão policial militar).

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