O Cesto e as Maças
O Ilustríssimo Sr.
Marcos Rolim, jornalista, publicou um artigo, intitulado "As maças e o
cesto", na ZH dominical , de 15 jan
12. Contou sobre abusos cometidos pelos militares americanos e a impunidades
dos seus atos desumanos e atrozes. Mas, em linhas gerais, aproveitou para
alfinetar as polícias no Brasil, deixando nas entrelinhas que atos de violência
e de desrespeito aos direitos humanos não são exceção, e sim a regra, fazendo
alusão ao adágio popular das maças podres, dizendo que, no caso das polícias, a
analogia do adágio não cabe, pois muitas maças no cesto da segurança pública,
mormente as polícias estaduais, estão podres, ou então, o cesto estaria
estragado.
Indubitável a capacidade
erudita e de expressão do colunista Marcos Rolim. Palavras rebuscadas
que transcendem seu próprio significado, aliadas a exemplos retirados
de todas as regiões do mundo, claro, todos negativos, mostrando
uma verdade míope, eis que parcial, que convence até os mais
incrédulos de que a realidade é esta mesma, e que, na verdade, todo o policial,
seja civil ou militar, é um despreparado, desrespeitador de direitos,
principalmente os humanos.
Acompanho a trajetória
política do insigne Marcos Rolim, cuja marca maior, que me recordo, foi à
gênese do Relatório Azul, quando, na condição de Deputado Estadual, ele
presidia a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa
do RS. Por gentileza, refresquem minha memória e me digam qual a contribuição
que ele deu a segurança pública no Brasil? Afora defender bandidos e
delinquentes, muito mais atrozes e perversos que os soldados
americanos, eu não me lembro de outra construção. Isto mesmo, pois com a pinta
de bom moço, e com a falácia de que Direitos Humanos não defendem bandidos,
fazia exatamente a defesa de homicidas, latrocidas e assaltantes, pois para os
direitos humanos não se pode fazer distinção do bandido ladrão de galinha
daquele que mata para roubar. Bem, me parece que os presídios não tem maças
podres, sequer o cesto estaria estragado. Todos os presos são pessoas
bem-intencionadas. Não posso me furtar do conhecimento popular e cito o que diz
"que o inferno está cheio de boas intenções".
Marcos Rolim já
foi político, tanto na esfera estadual, no RS, quanto na esfera
federal, e minha humilde inteligência me permite concluir que é um dos motivos
pelos quais ele não alfineta o cesto dos políticos (Congresso Federal e Senado), que pelo que se vê, todos
os dias, precisaria que se tirassem as maças boas do cesto, pois daria muito
trabalho tiras as maças podres.
É muito mais fácil
criticar profissionais que labutam diariamente, faça sol ou faça chuva, faça
frio ou faça calor, seja de dia ou de noite; que
trabalham enquanto as pessoas estão com seus amigos e familiares, se
divertindo, alguns poucos com o dinheiro que sangraram dos cofres públicos (nem
tão poucos pelo que vemos atualmente); que lidam com todas as chagas sociais,
que são mal-remunerados e pouco reconhecidos; que quando fazem seu trabalho com
eficiência, mesmo arriscando a vida, se diz que não fizeram mais que a sua
obrigação.
Quem sabe, Marcos Rolim, as
polícias civil e militar parem de trabalhar e você reviveria a volta ao caos e
a barbárie, a quebra do contrato social de que tanto gosta de falar. E
todos os bandidos bem-intencionados mostrariam a sua cara, e os soldados
americanos, aqueles que urinaram nos afegãos, pareceriam anjinhos.
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