Reportagem: Vanessa Gonçalves
Central Band de Jornalismo |
24/01/2011 11h36 |
Em 2010, foram 140.000 prisões, mas a quantidade de apenados nos presídios gaúchos aumentou somente em 2.000 detentos.
A pergunta que fica é: Mas para onde foram esses outros 138.000 criminosos?
A pergunta que fica é: Mas para onde foram esses outros 138.000 criminosos?
A resposta é simples, para as ruas.
É uma tarde de sexta-feira em Porto Alegre. Brigadianos prendem um suspeito de receptação. O homem de 28 anos foi flagrado com uma moto roubada na zona norte da capital. É a segunda vez que ele é preso pelo mesmo crime.Também tem antecedentes por furto. O soldado Leandro Camargo conta que situações desse tipo são comuns. Prender a mesma pessoa várias vezes.
É uma tarde de sexta-feira em Porto Alegre. Brigadianos prendem um suspeito de receptação. O homem de 28 anos foi flagrado com uma moto roubada na zona norte da capital. É a segunda vez que ele é preso pelo mesmo crime.Também tem antecedentes por furto. O soldado Leandro Camargo conta que situações desse tipo são comuns. Prender a mesma pessoa várias vezes.
Horas depois, o homem preso pela Brigada Militar já está na delegacia. A titular de plantão, Liege Machado explica o que vai acontecer com o suspeito de receptação.
Agora o homem detido está numa sala reservada do presídio central que funciona como uma espécie de purgatório. Todos os presos em flagrante ficam até 24 horas no local, esperando a decisão do juiz plantonista. É comum a Brigada Militar reclamar que prende para o judiciário soltar. Mas essa decisão de liberação do preso não é simples. O juiz Carlos Gross, explica.
Apenas 2% das pessoas que a Brigada Militar prendeu em Porto Alegre em 2010 foi parar no presídio. A corporação afirma ter prendido 25.000 pessoas na capital e enviado todos esses para a delegacia. As delegacias de pronto atendimento afirmam ter recebido em média 7.000 presos e enviado 4.000 para o presídio. Mas a população carcerária do presídio central aumentou em 500 detentos. Para o promotor de Justiça Fabiano Dallazen, esse é o cálculo da impunidade.
O presídio é a parada final.Depois da transgressão que pode ser ocasionada por uma série de motivos, aparece a lei penal para tentar resolver o problema. Mas e se os presídios não conseguem cumprir um dos seus objetivos que é a ressocialização dos presos? Nesse caso, as prisões brasileiras criam um mecanismo de produção de criminosos em escala industrial. Essa é a convicção do especialista em direitos humanos e segurança pública, Marcos Rolim. Ele acredita que quanto mais pessoas são presas, menos seguros estamos.
De cada 10 presos que saem da cadeia, 7 voltam para o crime. Mas que trajetória a pessoa percorre até chegar no crime? Esse é o assunto que será tratado na segunda reportagem da série sobre o ciclo da criminalidade no Rio Grande do Sul que também vai explicar os motivos dos altos índices de reincidência.
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