Por
uma necessidade cidadã comecei a acompanhar a propaganda política no rádio e na televisão, iniciada no dia de hoje (19 de agosto de 2014), dos candidatos para as eleições majoritárias que
acontecerão em outubro, ocasião em que os brasileiros votarão e elegerão seu
Presidente, seus Senadores e seus Deputados Federais.
As
falas e propostas dos candidatos muito me tranquilizaram, eis que se sinaliza
que quando assumirem os cargos eletivos que pleiteiam, resolver-se-ão, ou, no
mínimo, se encaminharão as soluções para os grandes males que afligem a
sociedade brasileira, mormente os relacionados à saúde, educação e segurança.
Todas
as mazelas que nos acostumamos e acompanhamos acontecer , e que corroeram os pilares de nossa democracia serão erradicadas, eis que a democracia é, falando de uma forma simples, a manifestação de governo que tem como foco a convergência de ações
governamentais e da sociedade para a busca do bem-comum, ou seja, “do povo,
pelo povo, para o povo".
Reformas
serão executadas, a exemplo da política e tributária; obras serão iniciadas e
terminadas, sem superfaturamento ou propina; conchavos políticos que não
beneficiem a sociedade não serão firmados; a corrupção será severamente
combatida e veemente rejeitada; os cargos públicos serão preenchidos por
mérito, sem pessoalismos, preciosismos e nepotismos; o Brasil crescerá, seu PIB
se multiplicará e a inflação não assombrará mais ninguém; empregos qualificados
serão gerados; o brasileiro terá, como nunca, ganhos reais em seus salários; a
pobreza será erradicada; o analfabetismo, inclusive o funcional, será
extirpado; os políticos cortarão na carne, e eliminarão privilégios e
benefícios que somente a eles são alcançados; a transparência grassará as administrações
públicas de todo o País, e os cidadãos poderão saber onde cada centavo de seus
impostos e contribuições é gasto, inclusive os realizados com cartões
corporativos distribuídos aos detentores dos mais altos cargos públicos ou
eletivos da Nação; projetos de interesse público serão apresentados e
apreciados pelos congressistas, dentre outras tantas “promessas” que são,
profusamente, alardeadas em campanhas políticas.
Como
nãos se tranqüilizar com tudo isto que é prometido?
O
Brasil será maravilhoso, aflorará seu potencial latente de País emergente, será
exemplo para o mundo e seremos invejados no cenário internacional pela seriedade
com que tratamos o nosso povo; com o
rigor que combatemos a criminalidade, em qualquer instância social ou de poder;
e pela excelência na prestação dos serviços públicos, diretamente proporcionais
aos pesados impostos que pagamos.
Talvez
não seja tão utópica a ficção que acima asseverei, mas para tanto, acredito, temos
que melhorar enquanto sociedade, para que não nos reste votar somente naqueles
que são a pior representação de nosso povo, e que, quando estiverem no
exercício do poder que lhes foi alcançado por nosso voto, no pleno exercício de
nossa cidadania, esqueçam o que prometeram e deixem de realizar aquilo que trará
o bem-comum, para fazer aquilo que Cesare Beccaria previa nos
aglomerados humanos, isto já em 1764, estampada em sua obra “Dos delitos e das
Penas”, cuja citação encerra este ensaio, mas não encerra o debate, pois está a
estimular o leitor a reflexão:
“As
vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente aos seus membros,
entretanto, numa reunião de homens, percebe-se a tendência contínua de
concentrar no menor número os privilégios, o poder a felicidade, e só deixar à
maioria miséria e debilidade.”
Opinião,
por Ronie de Oliveira Coimbra
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