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terça-feira, 19 de agosto de 2014

TUDO SE RESOLVERÁ DEPOIS DAS ELEIÇÕES - Opinião por Ronie de Oliveira Coimbra


 
Por uma necessidade cidadã comecei a acompanhar a propaganda política no rádio e na televisão, iniciada no dia de hoje (19 de agosto de 2014), dos candidatos para as eleições majoritárias que acontecerão em outubro, ocasião em que os brasileiros votarão e elegerão seu Presidente, seus Senadores e seus Deputados Federais.

As falas e propostas dos candidatos muito me tranquilizaram, eis que se sinaliza que quando assumirem os cargos eletivos que pleiteiam, resolver-se-ão, ou, no mínimo, se encaminharão as soluções para os grandes males que afligem a sociedade brasileira, mormente os relacionados à saúde, educação e segurança.

Todas as mazelas que nos acostumamos e  acompanhamos acontecer , e que corroeram os pilares de nossa democracia serão erradicadas, eis que a democracia é, falando de uma forma simples, a manifestação de governo que tem como foco a convergência de ações governamentais e da sociedade para a busca do bem-comum, ou seja, “do povo, pelo povo, para o povo".

Reformas serão executadas, a exemplo da política e tributária; obras serão iniciadas e terminadas, sem superfaturamento ou propina; conchavos políticos que não beneficiem a sociedade não serão firmados; a corrupção será severamente combatida e veemente rejeitada; os cargos públicos serão preenchidos por mérito, sem pessoalismos, preciosismos e nepotismos; o Brasil crescerá, seu PIB se multiplicará e a inflação não assombrará mais ninguém; empregos qualificados serão gerados; o brasileiro terá, como nunca, ganhos reais em seus salários; a pobreza será erradicada; o analfabetismo, inclusive o funcional, será extirpado; os políticos cortarão na carne, e eliminarão privilégios e benefícios que somente a eles são alcançados; a transparência grassará as administrações públicas de todo o País, e os cidadãos poderão saber onde cada centavo de seus impostos e contribuições é gasto, inclusive os realizados com cartões corporativos distribuídos aos detentores dos mais altos cargos públicos ou eletivos da Nação; projetos de interesse público serão apresentados e apreciados pelos congressistas, dentre outras tantas “promessas” que são, profusamente, alardeadas em campanhas políticas.

Como nãos se tranqüilizar com tudo isto que é prometido?

O Brasil será maravilhoso, aflorará seu potencial latente de País emergente, será exemplo para o mundo e seremos invejados no cenário internacional pela seriedade com que tratamos o nosso povo;  com o rigor que combatemos a criminalidade, em qualquer instância social ou de poder; e pela excelência na prestação dos serviços públicos, diretamente proporcionais aos pesados impostos que pagamos.

Talvez não seja tão utópica a ficção que acima asseverei, mas para tanto, acredito, temos que melhorar enquanto sociedade, para que não nos reste votar somente naqueles que são a pior representação de nosso povo, e que, quando estiverem no exercício do poder que lhes foi alcançado por nosso voto, no pleno exercício de nossa cidadania, esqueçam o que prometeram e deixem de realizar aquilo que trará o bem-comum, para fazer aquilo que Cesare Beccaria previa nos aglomerados humanos, isto já em 1764, estampada em sua obra “Dos delitos e das Penas”, cuja citação encerra este ensaio, mas não encerra o debate, pois está a estimular o leitor a reflexão:

“As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente aos seus membros, entretanto, numa reunião de homens, percebe-se a tendência contínua de concentrar no menor número os privilégios, o poder a felicidade, e só deixar à maioria miséria e debilidade.”

Opinião, por Ronie de Oliveira Coimbra

 

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