Educação em Foco
Nova Reforma Ortogràfica
Dia 19, terça-feira,fui surpreendido por uma notícia publicada na Zero Hora: “Senado estuda modificar mais uma vez as regras ortográficas”. Pode desaparecero h no início de palavras (hoje = oje, higiene = igiene), o g fica com som de gue (Guerra = gerra, Guindaste = Gindaste), ch substituído por x (cochichar = coxixar), s com som de z vira z (casa = caza), ss vira s (assar = asar) e outros absurdos. Veja um exemplo de frase: “Vou asar um xurrascono domingo, ezatamenteasim. Com bom umor”. Isso é só uma parte das mudanças.
Segundo a matéria, o Presidente da Comissão que estuda as reformas chamou dois especialistas. Ambos especializados emcomentários em sites e televisão. Ainda bem que já se foram um Carlos Drumond de Andrade, um Érico Veríssimo e um Vinícius de Morais, só para ficar nesses três grandes nomes da tradicional e linda língua portuguesa.
Esses homens que nós elegemos deveriam estar era discutindo coisas mais importantes tais como redução da maioridade penal, pena de morte, prisão perpétua, fim do voto obrigatório e tantas outras coisas que merecem atenção imediata no país.
Comecei minha vida escolar em 1969 e todas as reformas que acompanhei desde lá, sejam de ortografia ou de ensino, só fizeram o ensino piorar. O ensino mudou com o Decreto-Lei de 11 de fevereiro de 1969, a Lei 5692 de 11 de agosto de 1971, a Lei 7044 de 18 de outubro de 1982, a Lei 9131 de 24 de novembro de 1995. E a Lei 99394 de 20 de dezembro de 1996 (a LDB). As mais importantes em negrito.
As Reformas Ortográficas mais importantes foram as de 1943 (onde, por exemplo, o ph foi substituído pelo f), de 1973 (foram abolidos alguns acentos de algumas palavras). A última, de 2009, incluiu o k, o w, e o y, eliminou o hífen e alguns acentos.
Acabei me tornando professor e tendo que lutar como um D. Quixote, para me adaptar comas regras, exigências e mudanças de ortografia e ensino que só fizeram a educação piorar. Segundo grau virou, ensino médio. Primário virou primeiro grau. Depois ensino fundamental. Mas que cada vez fundamenta menos. Hoje temos um tipode ensino médio politécnico, que de técnico não tem nada. Dizem que ele foi criado para preparar para a prova do ENEM. A avaliação por matéria ou disciplina termina. A avaliação é feita por área de conhecimento. A avaliação por nota, de zero a dez, por exemplo, é substituída por apenas três (!) conceitos.
Tem um outro tipo de ensino politécnico, tradicional, o que existe no Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria com oito cursos técnicos de verdade (Administração, Agroindústria, Agropecuária, Contabilidade, Geoprocessamento, Informática, Meio Ambiente e Paisagismo) que chega em primeiro lugar no ENEM no RS e 23°. no Brasil. Quando é o outro, genérico, que deveria preparar para o exame nacional do ensino médio.
Mas eu vou mudar. Vou aceitar essa nova proposta de reforma ortográfica. Mas eu quero mais ampla. Assim como se criou o salário mínimo regional, proponho uma reforma ortográfica regional. E mais. Que se acabe com a escrita manual, que vai de mal a pior. Que seja obrigatório desde a educação infantil a escrita “teclal”. Já não suporto mais ver esses adolescentes com um celular na mão o tempo todo. Ou desfilando para lá e para cá com um skate embaixo do braço. Que saudades do tempo em que se carregava livros e cadernos.
Voltando a reforma ortográfica. Só para exemplificar. O G passa a ter som de GUE. Então, Gente passa a ser escrito com j. Jente. Quero que no nordeste seja com X. Xente. Não é assim que se fala lá?. Na televisão, vejo artistas e jornalistas falando fugão, mustarda, tiatro, tambeim. Assim, nos lugares que se fala desse jeito, seja adotada essa ortografia. Porque daqui a pouco vão estar querendo uma reforma fonética. Para que todo mundo fale igual o que as redes nacionais de televisão nos enfiam ouvido a dentro.
Para terminar. Inventaram o vocábulo Presidenta. Dependendo do lugar de onde surgir um Presidente, no futuro, vou sugerir que seja Prezidentche ou Prézidenti!
* Professor no Estado do Rio Grande do Sul
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