Brigadianos e cargos em comissão, por Alberto Afonso Landa Camargo*
Há um tema que incomoda os brigadianos, tornando a sua abordagem um verdadeiro tabu. Falo dos cargos em comissão, funções que são estranhas às atividades constitucionais da Brigada Militar. São cargos exercidos junto ao Tribunal de Contas, à Assembleia Legislativa, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e, até, junto a Poderes federais.
Não haveria nenhum problema no exercício destas funções pelos policiais militares, não fossem dois fatos relevantes: i) a Brigada Militar sofre estado crônico de falta de efetivos e se dá ao luxo de dispensar gente para outros setores que nada têm a ver com os misteres da profissão; ii) os policiais que exercem tais atividades são remunerados com valores, a título de cargo em comissão, que acabam praticamente dobrando os ganhos dos postos e graduações equivalentes aos de quem bate coturnos o dia inteiro nas ruas.
Quanto à falta de efetivos, oportuno seria que comandos se opusessem às cedências, uma atitude coerente com as reclamações deles próprios, mostrando para a sociedade que tais práticas encarecem a máquina pública, ônus que recai nas costas do cidadão que paga, mas sofre com uma segurança precária. Quanto ao Estado pagar mais para quem, depois de formado nas academias policiais, é designado para serviços que não têm afinidade com a segurança pública, descobre-se como uma anomalia que contradiz e deixa por terra qualquer tese sobre economia ou administração. O Estado investe o dinheiro do cidadão na formação dos policiais para o exercício destas atividades. Um investimento alto que penaliza o cidadão, para, depois de formados os policiais, mandá-los trabalhar em outros setores estranhos à segurança pública. É como se uma empresa privada investisse na formação de um funcionário para melhor qualificá-la na sua atividade e o entregasse depois, sem qualquer custo, para outra empresa usá-lo e aumentar seus lucros. A empresa que forma pessoal para entregar à outra ficaria cada vez mais debilitada e, em pouco tempo, fecharia as portas pela falta de visão administrativa e financeira de seus diretores, enquanto que a outra, aproveitando sem qualquer custo os funcionários competentemente formados, sobreviveria sem maiores problemas.
Quanto à falta de efetivos, oportuno seria que comandos se opusessem às cedências, uma atitude coerente com as reclamações deles próprios, mostrando para a sociedade que tais práticas encarecem a máquina pública, ônus que recai nas costas do cidadão que paga, mas sofre com uma segurança precária. Quanto ao Estado pagar mais para quem, depois de formado nas academias policiais, é designado para serviços que não têm afinidade com a segurança pública, descobre-se como uma anomalia que contradiz e deixa por terra qualquer tese sobre economia ou administração. O Estado investe o dinheiro do cidadão na formação dos policiais para o exercício destas atividades. Um investimento alto que penaliza o cidadão, para, depois de formados os policiais, mandá-los trabalhar em outros setores estranhos à segurança pública. É como se uma empresa privada investisse na formação de um funcionário para melhor qualificá-la na sua atividade e o entregasse depois, sem qualquer custo, para outra empresa usá-lo e aumentar seus lucros. A empresa que forma pessoal para entregar à outra ficaria cada vez mais debilitada e, em pouco tempo, fecharia as portas pela falta de visão administrativa e financeira de seus diretores, enquanto que a outra, aproveitando sem qualquer custo os funcionários competentemente formados, sobreviveria sem maiores problemas.
Neste emaranhado de distorções impera, também, flagrante discriminação, pois enquanto os que migram para órgãos estranhos ganham excelentes salários, os que correm riscos nas ruas têm dificuldades até para pagar a conta do supermercado, que dirá as da moradia e da educação.
E enquanto estas anomalias se espraiam pelo Rio Grande, as lutas encarniçadas pelos cargos em comissão aumentam ao cabo de cada dia. Em contrapartida, para correr os riscos da profissão nenhuma reles escaramuça.
E enquanto estas anomalias se espraiam pelo Rio Grande, as lutas encarniçadas pelos cargos em comissão aumentam ao cabo de cada dia. Em contrapartida, para correr os riscos da profissão nenhuma reles escaramuça.
*Coronel RR da Brigada Militar, professor
Oportuna a coluna. E digo que a sociedade tem que se incomodar também, pois afinal de contas é ela quem paga a conta, que não é baixa. Das duas uma: Ou se contém as cedências ou se valoriza mais ( E QUE SEJA BEM MAIS) o trabalho dos que correm os riscos da profissão, que diga-se é o que mantém a instituição viva, pois ninguém sente necessidade de CCs, e sim dos policiais que diuturnamente cuidam das pessoas e de seu patrimônio.
Major Coimbra
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