Texto escrito pelo Sargento Geverson Ferrari, que serve no 33º BPM, e postado no blog "na mira do tira": www.miradotira.blogspot.com
Trabalhadores ajudando criminosos
Ontem estava em Porto Alegre, parado em uma sinaleira esperando o sinal verde liberar o trânsito, quando um taxista parou ao meu lado e disse: --- Amigo! Na rua a esquerda tem um “barreirão” da Guarda Municipal. Em seguida arrancou o carro. Outro dia estava deslocando pela Avenida Américo Vespúcio em Sapucaia do Sul, quando um ônibus passou por mim fazendo sinal de luz intermitente, com a nítida intenção de avisar-me que havia uma barreira policial a frente. Nos dois casos acima, ambos, taxista e motorista de ônibus, são trabalhadores – pressuponho. Porém com esta atitude estão ajudando criminosos. Imagino como isso ocorre em todo o Brasil. Com toda a certeza muitos criminosos saem livres de ações policiais por que pessoas “de bem” os ajudam, sem nem mesmo se darem conta disso. Senão, vejamos, dois homens roubam um veículo em Esteio e deslocam pela RS 118, adentram no bairro Boa Vista Bela rua Benjamin Constante a ao entrarem na Theodomiro avistam um taxista, como aquele de Porto Alegre, este está acionando o sinal de luz, informando que a frente existe uma barreira policial. Os criminosos, então, entram em outra rua e se vêem livres e com a posse segura do veículo roubado. Já em casa o taxista descobre que seu carro, particular e comprado com suor, fora roubado e lembrou que era o que havia passado por ele. E agora! Só resta reclamar da Segurança Pública.....
Ao ler este texto, de imediato pensei: porque avisar aos que vem que logo a frente terá uma barreira? Que mal tem pararmos numa fiscalização? Muitas pessoas assim como eu, acredito que tenham visto apenas o lado inocente deste aviso.
ResponderExcluirTalvez na inocência de quem avisa, seja um simples toque ao próximo, do aviso até a barreira é o tempo necessário para que o motorista que não tem o hábito de usar o cinto de segurança, por exemplo, o coloque. Não havia pensando nessa situação de maneira geral, ao ponto dessa “ajuda inocente” se estender aos bandidos como coloca o Sgto.
Não tenho o hábito de avisar aos que vem que logo à frente passarão por uma barreira policial e nem de desviar de uma, mas também não havia pensado na atitude infeliz que teria se avisasse. Muitas pessoas não param para fazer esta reflexão, acham normal esse aviso com sinal de luz.
Se tivéssemos (sociedade no geral) consciência de nossas obrigações e cientes do que temos que fazer, certamente não temeríamos em parar nas barreiras, afinal como já diz o ditado: “Quem não deve, não teme”, mas há quem avise e evite.
Até este texto não havia refletido sobre este tipo de atitude, pensava apenas que policiais evitariam muitas multas e recolhimento de veículos, mas estas atitudes vão muito além disso, pois bem como coloca o Sgto, ajuda criminosos a evitarem barreiras levando nossos bens facilmente. Vejo hoje a comunidade interagindo de maneira positiva para termos uma Sapucaia melhor, mas percebo que assim como tem pessoas de bem, tem aquelas que seguem para o lado contrário. É comum vermos depois de assaltos pessoas reclamando da segurança pública, pois tiveram seus bens furtados e nunca mais recuperados. Porém estas mesmas pessoas, não param para pensar que só a segurança pública não pode dar conta de tudo, que enquanto a sociedade não se reeducar e mudar alguns hábitos não chegaremos ao bem comum.
Precisamos parar e refletir: até que ponto uma atitude minha como parte, pode influenciar no todo? Se incentivarmos atitudes como a de avisar a localização de barreiras, por exemplo, vamos permanecer eternamente reclamando da nossa segurança, sendo que parte dela é a nossa conscientização em mudar hábitos e atitudes que hoje estão ultrapassados, graças ao grande avanço da criminalidade.
Cara Karen
ResponderExcluirInsisto em pressionar esta tecla: segurança publica e um dever da policia, mas responsabilidade de todos. Gostei ,
Muito quando escrevestes que temos que refletir sobre nossos atos e medir as consequências que eles terão ao outro e a coletividade.
Com certeza se muitos agirem assim amenizaremos um pouco o trabalho da policia e teremos melhores relações sociais.
Abraços
Maj Coimbra