" Outros R$ 45,1 milhões foram repassados para o pagamento de parte do reajuste retroativo dos salários dos servidores dos outros Poderes e órgão de Estado."
Acima um dos tantos motivos para que os servidores do Executivo do Estado do Rio Grande do Sul, e somente estes, tivessem novamente seus salários parcelados, e recebam a obscena primeira parcela de R$ 650,00 no dia 29 de julho de 2016, último dia do mês, não obstante para isto que a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul determine, por seu art. 35, que o pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado, o que me faz facilmente concluir que o Governo do Estado escolhe quais Normas ele vai deixar de cumprir e a quem este descumprimento vai atingir.
Estes profissionais quando com o salário em dia já possuem muitas preocupações de como irão honrar suas dívidas contraídas para as suas subsistências e de quem deles dependem. Imaginemos então em quantas vezes essa preocupação irá se multiplicar quando o já combalido salário não é pago em dia, e sim de forma parcelada, insuficientes para que consiga demandar suas necessidades, o que, indubitavelmente, afetará a prestação de seus serviços, por que o ser humano é indivisível e seus problemas o acompanham aonde quer que ele vá. Portanto a sociedade não pode pensar que este é um problema somente do servidor, pois também o é seu, pois quando os profissionais de saúde, educação e segurança, e fico nestes, tem afetadas as suas capacidade de concentração na prestação de seus serviços toda a sociedade é afetada, toda a população sofre.
O título desta pequena mensagem se deve que na Índia a sociedade é divida em castas, distribuídas pelo corpo de Brahma e de acordo com a sua casta possuem mais ou menos status e as pessoas são mais ou menos importantes. No Estado do Rio Grande do Sul assim está posto, eis que temos categorias de funcionários públicos em castas superiores, que recebem reajustes independentes da capacidade do erário e seus salários exuberantes são pagos em dia. Os funcionários do Executivo são da casta mais inferior, pois para eles o Estado não tem recursos para concessão de reajustes e muito menos para pagar salários em dia, embora os serviços que prestem sejam os mais essenciais para a sociedade, que ao silenciar e se omitir, chancela esta forma de tratamento.
Está na hora da sociedade, composta de pessoas que pagam impostos, e muitos altos é necessário se dizer, optar se a crise deve continuar a ser suportada pela casta inferior de servidores públicos ou por todos os servidores, sob pena de que, se mantiver o atual modelo, pagar altos preços com a perda da qualidade da prestação de serviços que recebe, ou deveria receber do Estado, mormente os relacionados a saúde, educação e segurança.
A sociedade com a palavra...