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sábado, 28 de março de 2015

Texto de Diego Araújo* e sua opinião sobre a polícia.

Fico me perguntando o por que de a sociedade ser tão hipócrita, e no uso das palavras do jornalista gaúcho Alexandre Garcia, "porque odiamos tanto a polícia? 
Em países desenvolvidos o povo ama e aclama a polícia, porque no Brasil odiamos tanto a polícia? Devemos amar os traficantes, os políticos corruptos, os estupradores...Porque odiamos tanto a polícia?" 
Hoje ao assistir o Jornal do Almoço, uma das poucas coisas que ainda assisto na RBS e Globo, assisti perplexo a notícia que em Santa Maria - RS uma escola teve as aulas suspensas desde o inicio do ano letivo por ordem de traficantes e criminosos da Nova Santa Marta, sendo que na data de hoje, foram restabelecidas as aulas com a presença de tropas do 2º BOE e do 1º RPMon, ambos de Santa Maria. Deparei-me com imagens de PMs circulando pelos corredores, montando guarda no rol de entrada da escola, viaturas em frente a escola para garantir o direito a Educação dos alunos e o direito ao Trabalho dos professores. Aí vem a grande questão, como chegou a esse ponto? Aí vem os "especialistas em segurança" dizer que faltou prevenção, o policiamento ostensivo preventivo, o que de fato é verdade, mas não por falta de vontade do comando ou dos policiais, mas sim por que a polícia, seja ela militar ou civil, estadual ou federal, vem ano após ano sendo execradas, achincalhadas, pela mídia e pela SOCIEDADE, esquecida, deixada de lado. 
Vemos em manifestações pediram educação, saúde, direitos estes essenciais a qualquer país desenvolvido, mas esquecem como bem já ensinava meu comandante Ten Cel Reis: "Não existe educação sem segurança, não há saúde sem segurança, não há desenvolvimento humano sem haver segurança..." E segurança significa policiais na rua, amparados juridicamente, com segurança jurídica para atuar, com apoio da sociedade que precisa da polícia, mesmo negando isso, pois quando precisa de qualquer coisa, repito qualquer coisa, liga para o 190 e pede auxílio a polícia. 
Temos que abrir os olhos e pedir leis penais que condizem com as realidades que vivemos, lutar não só por mais educação e fim da corrupção, o fim da corrupção vem com leis austeras que punam com rigor os corruptos, temos que lutar por mudanças na constituição, acabar com privilégios e garantias a pessoas que nada mais são que servidores do Estado e são tratados como deuses em nossa carta democrática, fim de benefícios e punições de verdade a quem quer que seja, foro privilegiado, vitaliciedade de cargos, aposentadorias compulsórias, entre outros tantos garantismos que apenas "endeusam" poucos e criam aquela sensação do "não dá nada" devem acabar, progressões de regimes penais, indultos só fazem que a impunidade aumente, a corrupção aumente e a sociedade que odeia a polícia continue escondida dentro de casa, sem ir a Escola, sem ter um posto de saúde aberto em seu bairro, construindo muros enormes, não saindo a noite, se privando do direito de ir e vir, de viver. 
Ao manifestar-se lembre, que nada mudará se não mudarmos leis, constituição, se não existir segurança nada existe e nada existirá. A sociedade precisa da polícia e a polícia precisa da sociedade.

* Policial Militar na Brigada Militar do RS

Verdade dita com bom-humor...


quinta-feira, 26 de março de 2015

A POLÍCIA É A SOLUÇÃO PARA TODOS OS MALES DA SEGURANÇA PÚBLICA? Opinião, por Ronie de Oliveira Coimbra*

Há muito que a polícia é considerada a panaceia (remédio para todas as coisas) para os fenômenos da violência e da criminalidade, e, quando estes fenômenos recrudescem, a cobrança por medidas, e a cobrança por respostas, invariavelmente, tanto por parte da sociedade, quanto por parte dos governos, recai sobre os organismos policiais, os quais devem, num exercício hercúleo de gestão de recursos, senão mágico, oferecer soluções.
 Diante do fato do feminicídio de uma mulher de 34 anos, morta a tiros pelo ex-companheiro no hospital de Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, depois de ter ido à polícia fazer queixa de ter sido agredida e ser orientada a fazer antes o exame de corpo de delito, a autoridade política da segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul editou normas que devem ser adotadas pelas polícias no atendimento de episódios de violência contra mulheres.
 Mas a resposta da polícia é suficiente para a profilaxia da violência contra a mulher nas cidades gaúchas?
O Ministério Público acompanhará os esforços da polícia, mantendo atendimento diuturno para os encaminhamentos das demandas policiais em razão de eventos de violência contra a mulher, no intuito de que a polícia militar não sofra descontinuidade na prestação de seus serviços preventivos?
O Judiciário será ágil e presente para que, igualmente ao item anterior, assegure garantias e direitos para as mulheres vítimas de violência ou na iminência de sofrê-la?
A Legislação será rigorosa com o agressor que assombra a mulher ou que reiteradamente descumpre medidas protetivas determinadas pelo Judiciário?
O poder público competente oferecerá locais adequados, e suficientes para atender a demanda, para que as mulheres em situação de risco sejam encaminhadas, com ambientes protegidos e qualificados, tanto para ela, quanto para seus filhos, e cuja recepção funcione “fora do horário comercial”, ou seja, 24 horas por dia, todos os dias?
Algumas pessoas erradicarão o pensamento de que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”? Calcadas neste dito popular, tornam a vítima invisível e seus gritos inauditos, a exemplo da mulher que sofreu tentativa de estupro, há poucos dias, no Parque da Redenção, em Porto Alegre, em pleno meio-dia, cujo olhar de algumas “testemunhas” não passou da omissa contemplação.
Desmitificar-se-á a criação do macho em muitos lares da sociedade gaúcha, em que o menino é criado e empoderado como dominante, e a menina como subalterna? Meninos vão para o quarto, ou para outro lugar brincar, os homens para a sala assistir televisão e conversar, às meninas e às mulheres cabem retirar a mesa e lavar a louça, somente para ficar em um exemplo. Quando adultos esta condição hierárquica não será reproduzida?
Caso isto, e muito mais, não aconteça, e a medida determinada as polícias seja isolada, eu acredito, piamente, não obstante todos os esforços dos agentes policiais, que mulheres vitimadas continuarão a ilustrar as manchetes dos noticiários.
Não se faz segurança pública sem polícia, mas não se faz somente com ela.


*Major na Brigada Militar do RS

quarta-feira, 18 de março de 2015

AONDE ESTÃO OS POLICIAIS QUE NÃO ESTÃO NAS RUAS?

 
 Há poucos dias atrás o Diário Gaúcho publicou uma matéria questionando aonde estavam os policiais militares de Porto Alegre, eis que a reportagem percorreu as ruas da cidade e encontrou poucas viaturas e quase nenhum policial no policiamento ostensivo no processo a pé.

Pois bem, hoje (18/03), no Jornal do Almoço, veiculou-se matéria da Idosa que foi encontrada perdida, e permaneceu por quase seis horas na viatura policial eis que não havia nenhum local adequado para recepcioná-la.

 Nenhuma alusão, um comentário sequer foi dito a respeito pela apresentadora do programa, dando conta que estes policiais ficaram por quase seis horas sem policiar as ruas da cidade, sem dar segurança as pessoas, claro, não por que tinham que socorrer a senhora idosa, eis que isto está contido nas ações da polícia de proteger as pessoas, mas sim, por que após isto feito ficaram os policiais sem ter para onde encaminhar a idosa, por inação, omissão ou falência dos organismos estatais que deveriam demandar esta questão.

Daí, quando faltam policiais nas ruas, chama-se o Oficial da Brigada Militar, gestor dos recursos humanos e materiais alcançados a polícia militar, para explicar, e os demais, que não fazem a sua parte, e sobrecarregam a polícia militar, continuam acomodados em seus gabinetes (quando para lá vão) sem ter que dar nenhuma explicação.

Este exemplo é somente um, de centenas de outros, que comprometem o policiamento ostensivo, que é deslocado de sua tarefa precípua de dar segurança as pessoas, para atender o que é responsabilidade de outras instâncias estatais.

Fico a indagar qual outro telefone, além do 190, o cidadão pode ligar durante às 24 horas do dia e ter sua demanda atendida?

(ROC)
 

Assista o Vídeo Institucional da Brigada Militar

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