A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de
sexta-feira (17) uma operação em dois Estados do Brasil e prendeu em Porto
Alegre o líder da quadrilha de traficantes dos “Bala na Cara“, que havia sido
solto no final de setembro por, segundo o juiz, "falta de provas".
Luís Fernando da Silva Soares Júnior havia sido preso em julho com cerca de 20
quilos de cocaína em um carro, em hospital da cidade, e a Justiça entendeu que
não havia provas suficientes para mantê-lo detido.
Na manhã de hoje, cerca de 100 agentes realizaram a
Operação Bom Jesus para coibir o tráfico internacional de armas e drogas no Rio
Grande do Sul (RS) e no Paraná (PR). Foram cumpridos dez mandados de prisão
preventiva e dez de busca e apreensão em Porto Alegre, quatro presos, e
Cachoerinha, um preso, além de Cascavel, dois presos, e Foz do Iguaçu, um
preso, no PR. Foram apreendidos veículos, dinheiro e armas. Dois mandados foram
cumpridos em presídios gaúchos, Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas
(PASC) e Presídio Central.
Quadrilha
Foi desarticulado o grupo criminoso dos “Bala na Cara”
que domina o tráfico de drogas e armas, especialmente no bairro Bom Jesus, zona
leste de Porto Alegre e em outras regiões da cidade. Uma das características da
quadrilha é conquistar territórios através da violência contra outros grupos
por meio da utilização de armamento pesado e do controle de galerias em
presídios.
Investigação
A investigação começou em fevereiro em Porto Alegre.
Foi apurado que os “Bala na Cara” compravam cocaína e armas no Paraguai e
transportavam em compartimentos escondidos em veículos. O ingresso no Brasil se
dava principalmente por Foz do Iguaçu, fronteira com Ciudad del Este, no
Paraguai, e depois era vendida em pontos de tráfico da capital.
Apreensões
Desde o início, a PF interceptou três cargas que
totalizaram aproximadamente 120 quilos de cocaína, além de três pistolas de
calibre restrito (9mm) e duas 380, de uso restrito. A apreensão resultou em
sete prisões. Os flagrantes ocorreram em junho, em um depósito na Vila Nova, em
julho, quando um veículo transportado por um guincho foi abordado em posto de
combustíveis e também em julho, quando o líder do grupo, Luís Fernando Soares,
o Júnior, foi preso em flagrante ao receber veículo com drogas em
estacionamento de hospital em Porto Alegre.
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