Você, caro leitor, já percebeu que quando os
índices de violência e criminalidade começam a se elevar, a resposta estatal
imediata é sinalizar com incremento do policiamento ostensivo. E o senso comum
das pessoas as faz aceitar esta medida como a solução para todos os males que
geram os fenômenos da violência e da criminalidade.
Eu não ouço ou leio um discurso que diga que ocorrerão
investimentos para aparelhar os profissionais que realizam perícias nos locais
de crime, eis que responsabilizar os autores de delitos é prevenir e
desestimular novas práticas criminosas; ou que o sistema prisional receberá
investimentos que permitam, ao menos, recuperar os presos que possam ser
recuperados.
Não ouço discursos inflamados de autoridades,
políticos e intelectuais dizendo que a legislação é leniente, produtora de
impunidade (quem sabe possa não interessar que a Lei seja justa); ou que alguns
magistrados devolvem rapidamente as ruas delinquentes perigosos, cuja regra é a
de que voltem a delinquir, vitimando pessoas; ou então trazendo à baila que o
índice de apuração dos autores de crimes no Brasil é muito baixa.
Não, estas falas são raras, pouco
interessantes e muito pouco eleitoreiras. Afinal de contas é muito mais fácil
dizer que a solução é o incremento de policiais nas ruas. Isto feito, está
resolvido o problema (Nossa, que gestão competente), até a próxima crise, e
tudo o mais que deveria ser melhorado, não o será.
Pois é, no Brasil, segurança pública se
tornou, e tão somente, caso de polícia ostensiva.
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